Nego a perfídia de teus
olhos
Ainda que mintam...
Quero-os assim
corsários
Lago dos meus. Assaz
perdidos...
Nego a perfídia das palavras
Ainda que insónia...
Quero-as assim a corroer
por dentro
Em mágoa e fel…
Nego a perfídia de teu
corpo
Quero-o em vertigem e
frémito
Ainda que finja...
Nudez alva.
Ainda que fria...
Manuel Veiga
5 comentários:
Gostei muito do que li e ouvi, Manuel.
Abraço
Um jogo divertidíssimo ainda que sério. Alguém que se dá a quem se nega.E não engana.
Estrutura poética que atrai e obriga a um sobe e desce verso a verso.
Realmente, caro amigo Manuel, que inspiração fabulosa! Marcante.
Um beijo matinal.
Nem posso sair sem fazer referência à melodia que, para além de ser muito bela, fere e reclama. Amei "Novas vos trago".
"O homem que diz sou não é porque quem é mesmo..." Belo divertimento, como diz a amiga comum,Teresa, "se nega e se entrega". E a melodia dos versos segue ecoando...
Um abraço, meu caro amigo Manuel!
Sente-se o gosto do Poeta na construção deste Poema,
quase uma lenga-lenga, numa toada que embala e ao
mesmo nos põe em sentido. Negação-aceitação e seja
o que os deuses quiserem. Os deuses e o sujeito,
pois que este está bem consciente dos perigos que
o espreitam.
Jogo quase de "escárnio e maldizer", bem rematado
pela música que lembra os jograis.
Abraço
Olinda
Enviar um comentário