sábado, maio 18, 2024

NA ORLA DOS LÁBIOS...

 

O poema desenha-se na orla dos lábios

Na íntima tensão do verbo antes de explodir

Itinerário de sombra rente à luz

 

Ou murmúrio subterrâneo de gestos

A florirem no rosto imaculado das coisas

Antes de acontecerem.

 

Como se Eros fosse falua

A singrar oceanos ignotos e o corpo

Uma chama branca a arder

No cruzamento das rotas e

No movimento líquido da Palavra

A alagar-se em fogo.

Sem metáforas…

 Manuel Veiga

2 comentários:

Olinda Melo disse...

Poema a indicar-nos caminhos ignotos neste mar
da vida. Adivinham-se promessas e intenções
a cada verso. Onde as metáforas não têm lugar.

Poema belíssimo, caro Manuel Veiga.

Abraço
Olinda

lis disse...

Parabéns pela excelência , sempre sempre !
abraço mVeiga

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