No desespero de todas as sedes!...
E os deuses se enfureçam
E os homens desesperem
E os desertos extravasem e as palmeiras
Se incendeiem e círios de luz negra
Sejam!..
(Incautos olhos!...)
Somos dias sem memória. Perdidos.
Auroras de cinza que o vento sopra
Na corrente sem nexo nem barco.
Vamos por que vamos
Fragmentos em transição.
Margens de lodo e logro na agitação espasmódica
De nada...
Vamos por que vamos - insisto!...
Sem outra luz ou sombra. Apenas a morfina dos sentidos
E olhos embaciados...
Por isso o grito:
Que as trombetas soem e todas as muralhas
Se derrubem. E as cidades se despenhem...
E de punho ao alto me digo
Quem na sêde dos dias ousa as fronteiras
Que inquietos agarramos?...
.........................................................................
Uma arreliadora avaria informática (que parece ultrapassada) tem-me impedido de frequentar os vossos blogs. Espero recuperar em breve o "tempo perdido"...
28 comentários:
Quanto mais te leio mais gosto de te ler... Poeta!
Beijos
(para quando O livro?)
De punho ao alto
sempre
Abraço
Não perdes nada...
'tá tudo cinzento
como os fatos e o tempo.
Agora a sério, faz-nos falta esse pêndulo no grupo das vozes (des)amistosas, sempre nos equilibramos melhor sabendo-te desse lado e atento.
As notícias chegam-nos num tic-tac regular. A poesia, essa cai-nos no arrepio deste Inverno.
Bjinho
As palavras e a sede...
Um bom poema.
Beijos.
POETA!!!!!!
.
Assim se diz o desespero de um Poeta. Em sede e em grito.
Beijo.
Olá H,
Como sabes não direi punho ao alto! Normalmente corre mal.
Estava a estranhar o teu tom ao longo do poema e bem admirei a conclusão.
O "punho ao alto" tem que ser trabalho, seriedade, inteligência, honestidade, altruísmo com uma preocupação de ajudar em tudo o que se possa. Seja um salto de sapato que se perdeu no passeio, seja ensinar alguém que se vê que está em dificuldades e não pediu ajuda,seja essa pessoa nossa amiga ou não. e por aí... A isto chamam-se valores, atitude Humana, e é o fundamento da prosperidade e da paz.
É assim que se mudam, um a um, os homens.
Como sempre, um belo poema
Beijo,
Stella
Nestes dias em que o duro Inverno se junta à inquietação que sopra de todos os quadrantes, há que ler o teu poema com atenção. Vamos porque vamos mas almejamos as fronteiras da mudança.
Com a qualidade e marca da tua linguagem poética. **
palavras à medida dos dias que vivemos. é bom ler a tua poesia.
beijos. bom fim de semana
Ah Pois! Qurm escreve assim!
:))
Retratas bem o tempo que vivemos:
"Somos dias sem memória. Perdidos.
Auroras de cinza que o vento sopra
Na corrente sem nexo nem barco."
P.S. - Também eu, a doença de um familiar tem-me mantido afastado da "comunidade bloguista".
apesar dos pesares que
com força
aga-r-remos!!
beijo
~
Andamos para aqui a fazer catarses, é o que é.
E eu grito para dizer:
Que bem escreves!
:)
Saudações amigas e resto de bom fim de semana
Herético,
'incautos olhos' . pois .
belo e 'forte' poema!
bom Domingo
um sorriso :)
mariam
Na minha pouca cultura gostei e o avô Ernesto também. Embora eu tenha achado um pouco inquietante. Mas isso sou eu que pouco percebo.
Um beijo
Alice, a Fininha
Mas acho que, se não me esquecer de passar por cá mais vezes, vou melhorar.
Alice
"Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa."
Como tu, meu amigo..
Beijo
"vamos porque vamos"...
beijinho, Herético...........
Que força em cada palavra, lindo!
É bom voltar, beijinho*
Arrepiante mas sublime!
A força poética do olhar...É isto o Mundo! Rimbaud. tás no cume.
abraços
véu de maya
ola heretico
aterradoras as avarias do computador. comparo-a na sua gigantesca dimensão de panico á avaria da maquina de lavar eoupa.
estas de volta. é o que interessa. gostei do teu poema.
beijinhos
... um poema
que bom!
... épico, como quase sempre.
... narra a morte e o renascer, também.
.
[Beijo... @]
É verdade herético, és um poeta de hoje com escrita de tempos que já não são.
"Incautos olhos!..."
cito-te. que nunca andes à deriva poeta.
Beijo
Poema forte, muito bem construído! Uma temática actual, um estilo de outros tempos.
Retiro esta estrofe:
[...]
Vamos por que vamos
Fragmentos em transição.
Margens de lodo e logro na agitação espasmódica
De nada...[...]
o volver à Babilónia para se partir de um novo mundo...
Um beijo,
... pelo olhar atento a 'fragmentos', sensibilizada!
Meu caro, há sempre quem ouse.
Abraço.
PS: Bem esgalhado.
Ousemos o ousar!
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