"Por trezentas e trinta e três moedas dum euro
Foi decretada a tua humilhação.
Um patrão que não suporta a tua altivez
De fronte digna capaz de dizer NÃO
Quer dobra-te à sua pequenez
Incapaz de entender o que é ganhar o pão
Neste universo macabro de surdez.
Trezentos e trinta moedas dum euro o que são?
São dores infindas de quem não se sustenta,
De quem vive morrendo e se aguenta
Mas a espinha não dobra, isso não,
Porque a alma não se compra por tal preço
A quem sempre se opôs à servidão.
Trezentas e trinta e três moedas que envergonham
Se vergonha houvesse em tal patrão"...
in Silêncio Culpado
..........................................
Assim, por impulso solidário. Não quero ser culpado deste silêncio...
A Sâo que me desculpe...
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18 comentários:
Herético
Fico contente que divulgues esta ignomínia. Numa altura em que os trabalhadores são humilhados e em que muitos ganham vencimentos que os atiram para o limiar da pobreza, é um dever denunciar situações como esta.
Sem o direito à dignidade não somos gente. E não podemos abrir mão desse direito só porque se trata do outro e não de nós.
Abraço
Quer dobra-te - DOBRAR-TE - à sua pequenez.
Infelizmente grassa a humilhação neste mundo já tão cheio de hostilidades.
Mas digno é, de facto, quem não se dobra e luta pela verdade.
Beijinhos.
Já lá deixei o meu adjectivo. Repugnante. Beijos para ti.
Pena que os patrões não sejam obrigados a viver um mês com o que pagam àqueles que lhes permitem ter o nível de vida que têm.
Justiça à portuguesa
beijo
que dizer quando as palavras têm a força de um chicote amordaçante...a não ser que o silêncio não pode ser regra
beijo
Magnífico!
Escrever assim é lutar contra o opróbrio que vai marcando este país.
Abraços
De maneira semelhante à espera dos judeus por um Cristo Messiânico, neste caso, o pior de tudo é que não há mais um mínimo de chance da vinda de um socialismo confiável para ancorar as esperanças de dias melhores.
Um abraço!
A força da palavra. Mortífero. Abração.
A si, Herético, um bem-haja por não pactuar, por omissão, com esta absurda realidade.
Eu, que como muitos saberão trabalho com idosos (entre outras coisas ...), bem vejo o quão mal pagos são quem tanto, mas tanto dá, em prol da sociedade: o pessoal que nestes espaços trabalha.
E, o quanto todos nós - técnicos, famílias, sociedade -, lhe exigimos literalmente: força física (muita), capacidade de "encaixe"", capacidade psicológica, etc, etc...
"Saber ser, saber estar, saber fazer..."
... por "trezentas e trinta e três moedas".
E depois, vem-me à memória as lindas teorias de recursos humanos em que se fala de "motivação"... e o dinheiro não motiva? Talvez não, aos que dele não necessitam em absoluto ... dá jeito, pois claro. Mas não motiva ...
Enfim... falou a "sindicalista" que era como os demais chamavam aos alunos de Sociologia do Trabalho ... "os novos sindicalistas"...
E a si, estimada "Silêncio Culpado", receba um beijo solidário da Mel, que, nada mais tendo como arma, de quando em vez, lá solta a palavra e grita: BASTA!
Além de tudo o resto, o patrão é um PAROLO!
:)))
Maus tempos estes. Ignomínias por aí em voo rasante. Como esta que Silêncio Culpado bem (d)escreve.
Um beijo para ti por teres acolhido este texto.
Em primeiro lugar, concordo totalmente com esta denúncia e, nesse sentido, parabéns a ti e à nossa estimada Lídia.
Em segundo, a São a que te referes sou eu?...
Se sou, não vejo razão par o pedido de desculpas. Se não sou, apresento eu própria desculpas.
De qualquer modo, eu só me sentiria realmente bem se me fosse possivel dizer o que penso destas criaturas às próprias, olhos nos olhos!!
Um bom fim de semana, companheiro.
peço desculpa duplamente - à Lidia (Silêncio Culpado) pela confusão com a São; à São por ter invocado seu nome a despropósito...
imperdoável da minha parte...
tenho a maior consideração por ambas e pelos temas que ambas abordam nos respectivos blogs...
beijos
tão triste!
beij
Sabes Herético,
eu sou do tempo em que havia quem zelasse por estas situações, eu nasci na era da esperança, em que julgávamos ser possível a dignidade humana, ser legitimo e natural o "não", não, não sou carne para canhão. Legitimo o sonho de não sermos meras peças de xadrez em mão de jogador caprichoso.
Olho muitas vezes para trás e pergunto-me onde nos teríamos perdido.
Olho para a frente e o nevoeiro é cerrado, passado proximo e futuro próximo unidos, nesta neblina social que nos derrota a esperança.
Há que dizer não.
E cortar o silêncio.
Um abraço.
Muito grata pela apreciação que me dás o imenso gosto de me fazeres .
Desculpas? Não há razão para tal.
Quanto a ti e ao que partilhas connosco podes crer que também tenho muito boa opinião, caso contrário não te visitaria.
Um abraço fraterno.
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