Pessoa,
todos o sabemos, gostava de flores
“dai-me
rosas, dai-me rosas e lírios também…”
e,
coitado, levava bem longe a vontade
de
flores em que consumia a alma
a
clamar que se não houver rosas (para dar)
que,
ao menos, haja vontade de rosas lhe darem…
e
meditava sobre o destino do Mundo
perante
uma rosa abandonada no chão
não
consta que em vida Pessoa tivesse
um
leito de pétalas e de rosas, nem
se
compreende muito bem essa vontade
inadiável
de rosas “e lírios também” …
será
desejo? ou apenas sonho de sonho
de pétalas sem espinhos?
Ou
talvez seja ponderação entre a fragilidade
das
pétalas e a razão dos espinhos…
Manuel Veiga
Sem comentários:
Enviar um comentário