sábado, agosto 28, 2010

Luz de nevoeiro...

Queimam-se as barcas. As pontes são agora gume de facas
E o tropel dos cavalos na urgência. Sem glória.
E o sangue que teima. E queima...

Um nome apenas. Uma letra disfarçada. Uma quimera.
Uma bandeira sem legenda. Esta guerra é minha...

Miragem e duna. Destino de argonautas e guerreiros.
Que aos pés do Tempo se rendem.
E na derrota se revolvem.

Luz de nevoeiro...

E este vento da memória. E os milhafres.
E as entranhas da febre. E o cálice derramado
E os despojos nocturnos. Que vencidos se incendeiam...

18 comentários:

hfm disse...

E, sobretudo, "este vento da memória". Belíssimo.

lino disse...

Lindíssimo poema!
Abraço

Rogério G.V. Pereira disse...

RÉPLICA

Tenho pena
desse incendio de vencidos
e desolação
por haver vencedores
e termos as barcas reduzidas a cinza
apenas visiveis
à luz do nevoeiro

jrd disse...

Muito bom!
Virá o tempo em que as lâminas de fogo hão-de cortar a neblina.
Abraços

Maria disse...

Bela esta luz de nevoeiro. E tanta confiança no sangue. que teima...

Beijos e beijos.

Mar Arável disse...

Num sopro se levantam as cinzas

das barcas

Estou a vê-las

Abraço

Luas disse...

Lindo!
Parabéns querido amigo..P

Um beijo.

C Valente disse...

Bastante agradavel de ler e meditar
Saudações amigas

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

muito bom.

gostei de ler e ficaria muito bem declamdo...

um beij

mdsol disse...

:))

Anónimo disse...

Memórias trazidas pelo vento.

Excelente poema, aliás já estou habituada a ler por este espaço o que Há de Melhor.

Beijo meu.

São disse...

Que esta guerra tua seja vencida e que tu nos ofereças muito mais poemas assim...
Abraços.

Graça Pires disse...

Um nome apenas. Uma letra disfarçada. Uma quimera.
Uma bandeira sem legenda. Esta guerra é minha...
Esta guerra é nossa...
Um beijo.

Licínia Quitério disse...

Um dolorido sopro de memória. Nevoeiros e milhafres. Despojos.

Venceremos esta guerra.

Lindíssimo poema, Amigo.

Beijo.

casa de passe disse...

...e quando a morte,

o que por cá deixarei de pé?




Ernesto, o avô

© Maria Manuel disse...

excelente e intenso poema!
abraço.

lis disse...

Delicioso esse poema.
O tropel ds cavalos ensurdecendo, os milhafres- rapinas em alvoroço
... e que nao haja guerras herético
Parabéns

Mel de Carvalho disse...

A excelência da escrita, sempre.
Grata pela partilha
Bem-haja.

Fraterno abraço, Herético.
Mel

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