quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Esqueleto Jornaleiro...

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 “Jornaleiro do signo fúnebre
Forçados arrancados à fossa d´ossos
Dessa leira que cavais
Do esforço que pedis às vértebras
Ou aos músculos em estilhaços
Que seara estranha preparais
Que Senhor é esse de quem encheis a granja?
Quereis mostrar
Que até na tumba nada garante o sono prometido
Que o signo fúnebre é língua de impostura e nada mais
Que o nada nos mente
Que a morte nos engana
Que a jorna que nos espera é cavar à pá
Uma terra adversa
Com estes pés nus sangrando?”

Charles Baudelaire – in “As Flores do Mal”
Edição Relógio d´Água

1 comentário:

C Valente disse...

Saudações amigas, bom poema

  CADÊNCIAS ... 1. Enamoramento das palavras No interior do poema. E a subversão Do Mundo… 2. Cadências mudas. Em formação De concordâncias....