A Mulher de
Vermelho
Rasgam-se as
cortinas e sob o foco a Mulher
Esguia como o
tempo liberto como um punho
Erguido ao céu
da praça cheia e às canções!
Maiakovski grita
em métricas guturais:
“Abram alas ao futuro que perpassa nas dobras
Do manto
vermelho!...”
A Mulher
inclina-se em dignidade soberba
Segura nas mãos
a flor dos dias e nos olhos
O fervor prenhe
de lonjura e de distância
E a palavra
ousada nos lábios escarlate
Como a túnica...
Cá em baixo uma
criança soletra liberdade
Nas pétalas desfolhadas
do cravo rubro
Que a mãe lhe
dera com o leite
E o pai sorri
com os imaculados dentes
Da fome. Com o
grito! Com o canto...
E ergue o punho
à mulher de vermelho
Que o acolhe em
seu seio de cristal...
10 comentários:
Estremeci ao ler-te. É um poema belíssimo!
Abraço-te.
A Mulher de Vermelho presente estará em todos os importantes momentos. Bons sonhos
Segurar na mão a flor dos dias
Será capaz de ser assim, tão simples; e, por isso, não nos apercebemos.
Apercebo-me da beleza do poema.
abraço.
Uma beleza!
Abraço
..."e nos olhos
O fervor prenhe de lonjura e de distância
E a palavra ousada nos lábios escarlate
Como a túnica..."
Assim tem de sser para que não sejamos de novo um povo sem voz nem liberdade!
Fantástico este tetxo.
Parabéns. BS
Belo!
Comoveu-me!...
Lídia
Que belíssima inspiração!
Um abraço
Muito belo, este poema.
Fraterno abraço
Mel
! (e tenho dito)
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