Como em Itália, a competitividade de
França tem sido prejudicada pela criação do euro. Os dois países pesam na economia
europeia, mantendo, como se sabe, o terceiro e o segundo lugar,
respectivamente, no conjunto dos países da União Europeia. No entanto, os ditos
mercados financeiros estão sobejamente preocupados com o enorme buraco
financeiro da Itália. A queda da França seria fatal para o euro.
A produção industrial faz caretas,
em ambos os lados dos Alpes. Este índice é o mais baixo desde Abril de
2009, decorrente da forte queda de encomendas. E a deterioração da actividade
económica que está a provocar a fortes cortes no emprego. O volume de trabalho
diminui e os empresários franceses continuaram, em Setembro a reduzir empregos.
Trata-se do declínio de emprego pelo sétimo mês consecutivo e a taxa de desemprego
continua a aumentar em relação ao mês de Agosto.
Entretanto, o governo francês anunciou,
na semana passada, que o número de desempregados superou 3 milhões.
Em Itália, o índice de produção
industrial caiu pelo décimo quarto mês consecutivo. Segundo a Reuters, “a produção industrial italiana é agora 25%
menor do que era há cinco anos atrás, antes da crise financeira e da crise da
dívida na zona do euro”.
Em ambos os países, o sector automóvel,
o motor da produção industrial está seriamente gripado. O Governo italiano revê
sucessivamente em baixa as suas previsões de crescimento. A recessão deve
chegar a 2,4% este ano (contra 1,2% previsto em Abril), e -0,2% em 2013 (contra
0,5% na estimativa inicial).
Quanto à França, é provável que a melhor previsão
seja zero de crescimento para este e o próximo ano.
Ambos os países estão afogar-se em
dívida.
A dívida soberana da França atingiu 89%
do PIB; e a dívida soberana da Itália atingiu 123% do PIB. A França e a Itália,
são centro do furacão e o coração do problema: sem crescimento económico
suficiente não é possível manter a dívida sob controlo.
Sem crescimento económico, a dívida em
ambos os lados dos Alpes vai continuar a crescer. Como cresce deste lado dos Pirenéus...
É tempo destes países dizerem “basta”. Será
que o conseguem, dominando as pulsões neoliberais e o zelo de seus apóstolos?
2 comentários:
Teu escrito reforça-me a convicção de que as respostas terão que ser conjugadas... quem as pode conjugar? Os governos não estarão para aí virados...
A Renault equaciona em última análise a sua falência... estes políticos ultrapassam a irresponsabilidade pisando o crime...
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