É necessário fender
as coisas para lhes captar
A rebeldia da
voz em que se incendeiam
E o enunciado
delas...
A palavra é uma
arqueologia de dias sobrepostos.
Fissuras por
onde escorre limalha quente
E o fulgor da
sarça.
Vento nocturno
talvez em devir de inocência.
Ardendo. Ou a
persistência do calcário gota a gota
Em sinfonia de
pedra.
Inorgânicas catedrais...
Ecos evanescentes que se enunciam. Rio subterrâneo
Em agitação e presságio. Ou talvez subtil ranger de luz
Abrindo-se ao milagre.
Que a palavra seja!...
E o grito das coisas seja colapso dos impérios.
E o poema expluda. E a palavra seja ígnea.
E o dia seja claro...
10 comentários:
E o grito das coisas seja colapso dos impérios.
Que a palavra seja!...
E o dia seja...
e todos nós sabemos a força da palavra.
belo trabalho!
um bom fim de semana.
um beij
É necessário que a poesia rasgue o dia.
Abraco
A palavra e as gentes!
Abraço
Há palavras, ditas de outra maneira, que nos turvam o «olhar»...
abraço
Paulo
Excelente trabalho, muitos parabens
Excelente
as tuas palavras trabalhadas
subtis a rangerem de luz
Abraço poeta amigo
Ou vai ou racha, pois só o grito já não é suficiente
Saudações amigas
Fiquemos agitados o quanto quisermos,só não podemos desfalecer.
Dizem que quando os deuses querem punir eles respondem as nossas preces.
Seu poema me tomou inteira heretico,
tanto quanto o de Eugênio de Andrade:
" Barcos ou não
ardem na tarde.
No ardor do verão
todo o rumor é ave.
Voa coração.
Ou então arde."
Parabéns,
reafirmo minha admiração e carinho
"E o dia seja claro". Assim se deseja.
Enviar um comentário