Existe em Babilónia um usurário. Numa espiral de pobreza e
riqueza ilegítima, os seus ganhos estão na razão inversa da
penúria
geral...
Vozes de bom senso aconselham a não esticar a corda –
“os
babilónicos não aguentam”!...
“Ai,
aguentam, aguentam!...” – diz o usurário – “como o esfarrapado a nudez e o famélico a
fome”...
Hammurabi, o legislador, encolhe os ombros. E legisla
para
lhe aumentar os ganhos...
...................................................
Os babilónicos, esfarrapados e famélicos, (mas ainda
vivos),
continuam a amassar o barro...
Aleluia!
12 comentários:
... enquanto o houver. Que o barro também se acaba.
Gosto!
Beijo
Laura
O barro não alimenta.
É estéril.
Nada produz.
O barro seco, fica caco quando atirado ao chão.
Porque não amassar o pão?
... os babilónicos
não são de barro
parecem
mas não são (?)
Um destes dias a loiça está pronta e depois...é só quebrá-la.
Abraço
anónimo,
foi sobre esse barro que os sumérios inventaram a escrita...
... "nem só de pão vive o homem"!
(o "anonimato" é coisa feia - não por aí um nick, sequer?)
Os babilónicos não estão em estado de total inocência, desgraçadamente!
Veremos que legislador(es) escolhem da próxima vez.
Bom fim de semana.
Estive aqui e li o que o sr. Anónimo escreveu. Escrevi-lhe uma resposta, que não publiquei, porque não quis ser intrometida. Mas guardei o que, no momento, lhe escrevi.
Como não gosto de ficar com a sensação de ter alguma coisa a engasgar-me, aqui vai:
Caro Anónimo:
O barro alimenta ao contrário do que afirma. Com ele se fazem casas e escolas. As primeiras criam a segurança e o princípio básico de que todo o indivíduo tem direito a um teto; as segundas dão o poder de decidir para que legisladores, à solta e sem escrúpulos, não corroam a liberdade dos povos. Por isso não pode nunca ser estéril!
Pode, de facto, virar caco se não se tiver cuidado. É frágil, mas o que o não é? Olhe à sua volta não esquecendo, ao fazê-lo, que a fragilidade pode esconder o poder grande da resistência.
Por último, interroga "Porque não amassar o pão?". O 'pão' não resulta só da massa que se amassa. Há que, para o ter, semeá-lo antes (nas escolas, pelo conhecimento/saber e poder crítico e não pelo seguidismo) e cozê-lo, depois. E aí há necessidade de um forno ( onde o barro também está presente) quente, bem quente mesmo, para que, cozido, seja repartido com igualdade, a mesma que é um dos componentes da Liberdade e um dos direitos de ter um pão de liberdade.
Vê como o barro não é assim tão estéril?
Só quem já amassou o barro saberá apreciar o sabor do pão, deste pão a que me refiro.
Desculpa, heretico!
Beijinho
Laura
Laura,
um excelente post o teu comentário.
grato
beijo
Com antepassados alemães só podia estar ao lado do Adolfo, fazendo dos portugueses os "judeus" da guerra económica.
Abraço
Gosto muito destas metáforas babilónicas...
Vou prevendo não estar por cá aquando do desfecho, mas também eu continuo a amassar o meu/nosso barro...
Abraço!
Só mesmo na Babilónia!...
Amassemos então o barro, ao ritmo da inspiração.
Um beijo
aguenta Babilónia...
kiss
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