Colhe o tempo magnólias em fim de tarde
Latência de um perfume que se inala como ópio
Às golfadas depois do esplendor
E persiste como vibração estreme
Ardência ainda mas já nuvem
Sem retorno...
Essa opulência
outrora transbordante
É agora cadência
volúvel que percorre os trilhos Alvoroçados do mel silvestre
E das amoras
Ainda agora palato
E língua...
Sucos destemperados
Que resistem...
Ou paleta de mostos
Que os dedos amassam
Na flor dos dias gastos...
E sucumbem
Na incandescência operática
De um “encore” antes do pano...
E se transportam
incrustados
Na desbotada
pele das horasQue estremece desmaiada...
E vibra ainda
Como linha encurvando-se
Antes do fecho...
13 comentários:
As magnólias são assim
alvas de pele
quando despontam
e desfolham
nos lábios
mesmo de olhos fechados
Uma curva descendente, "encore", mas não sempre.
Um beijo
O sabor da poesia na doçura das palavras.
Um Abraço Poeta
Um abraço
declíneo suave de versos descendo o papel...
Que nunca se arrependam
as magnólias
aprecio muitíssimo a sua poesia, estimado Herético; impõe transposta para livro, na minha modesta opinião. bem haja, pois, pela partilha.
fraterno abraço
Como me encantou este poema vindo de si.
Obrigada pela visitinha.
Beijo :))
O que foi...e o que ainda é...
Notável... a expressão de ideais conjugada com a beleza das imagens.
Bj
BShell
Poesia plena. Adorei,
Um bj com perfume de flores.
Bela poesia
Saudações amigas
Perfumes e sabores na latência dos sentidos...
Tempo que colhe os dias e gastam as horas...sorvidas de gosto e seiva...palavra-fruta do teu verso.
Saudades de ti, poeta, nestes intervalos dos meus silêncios.
Genny
e na flor dos dias gastos, ainda vibra na ternura dos gestos e das palavras....
:)
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