Existe em Babilónia um timoneiro – de um
barco afundado, que alguns dizem ser um barco fantasma. Outros a nave dos
loucos...
No desassossego dos dias, os
babilónicos, como zombies, vegetam. Muitos, porém, protestam. E resistem...
Hammurabi, o moderador-timoneiro, frente
ao espelho, em pijama de riscas, estende o braço: “Salvé, César!...”
“Patético!
Falta-lhe o sabre!...” – murmura um velho marinheiro de corpo marcado -“Babilónicos, não temam: afoitem-se ao mar!...”
14 comentários:
Já o Poeta dizia :
"Quando todos se envolvem na luta de todos
contra todos sem encontrar o comum oposto
que os unificaria numa única frente
a pátria parece ir perder-se na extrema confusão
Alguém de entre a multidão terá de ser sacrificado
ou condenado a um sacrifício que pode ou não realizar-se
O prestígio que ganha aquele que emerge de entre a confusão
unificando a pátria e pelo adiado sacrifício
aumentando o seu prestígio esse poderá ser rei
e reconstruir a nação dividida
É assim que se reconstitui a soberana unidade
com um sangue que não foi derramado
com a violência do caos e com a conciliação sobre a pedra
do sacrifício onde ninguém foi sacrificado"
António Ramos Rosa, in Pátria Soberana, pág. 25
(Prémio Literário de Sintra – Ruy Belo/2001)
Para isso, era necessário que, pelo menos, ainda subsistisse um pouco de força anímica.
Desculpa, mas penso que antes de os babilónicos se afoitarem ao mar, deveriam atirar com o dito de "pijama de riscas" para lá.E, com ele, os de pijama às ondinhas.
Temos uma costa tão extensa! :))
Beijo
Laura
O chefe máximo do pessoal menor
há uns tempos pagava para afundarem os barcos
agora a malta afoita-se a nado
Sigo os murmúrios de quem tem o corpo marcado!
Navegar é preciso!
Abraço
Penso que o chefe de rosto encavado que foi quem começou a descavacar tudo tem dupla personalidade : defende agora o que repudiou antes.
Se alguém tiver que ser atirado ao mar é essa criatura.
Abraço
... faltar-lhe-á o sabre, sem dúvida. mas, de nos exaurir até à medula, num saque que parece não ter fim, pode gabar-se, o do pijama e os outros da pandilha...
sempre pertinentes estas crónicas, estimado Heretico.
grata e boas férias, se for o caso
Mel
os desavergonhados não querem mesmo saber dos que os topam...
os desavergonhados não querem mesmo saber dos que os topam...
Olá, herético, passei por aqui, li, gostei e deixei um abraço para você!
No revés do tempo, passado e presente reinventam os fatos...tão iguais e repetidos...Quantas '"naves de loucos" ainda são governadas por seus timoneiros patéticos? Ainda bem que existem os que não temem, e protestam...e resistem...
Beijos, poeta. Meu carinho de sempre.
Genny
Cada vez há mais babilónicos a protestar, mas a maré tarda em encher.
Abraço
como o jrd: navegar é preciso!
Um abraço sem mar
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