Busca o poeta a
límpida palavra. A palavra
Não maculada
ainda por sentidos espúrios.
Quer o poeta a Palavra
inaugural a ferver nos lábios
Declinada no
rosto dos proscritos.
E no corpo dos
famintos...
“Por certo o
Amor” – garantem então os “experts” da Alma.
“A Esperança,
sem dúvida” – replicam celestiais hinos
E alegres
paladinos de amanhãs festivos...
Mas o Amor - desde
Pessoa que o sabemos! -
Quer-se quente. Porém, vende-se pelas esquinas
Como dobrada
fria...
E a Esperança é
palavra banida nas Chancelarias!
Seja então a
palavra Dor, a dor libertadora.
A humaníssima
Dor de nossos dias...
Manuel Veiga
19 comentários:
Uma "humaníssima Dor", o que fica, depois do sumiço de deuses e demónios...
"A Esperança, sem dúvida" encontro-a em alguns escritos. Gosto de vê-la assim exposta, gosto também de saber que a "humaníssima Dor" não se revelou ainda a todos, pelo menos de um modo tão nu como se revela a alguns. Quanto à alma, um modo de dizer "coração".
Bj.
~~~
~~ O que se vende pelas esquinas,
não é, com certeza absoluta, amor...
~~ Cantar a dor é puro masoquismo...
~~ Celebremos, então, a humaníssima
capacidade resistente e lutadora...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~~~~~ Abraço amigo. ~~~~~
~ ~ ~ ~ ~
mas... as palavras já foram todas inventadas e contaminadas...
Prefiro o Amor, até mesmo a Esperança à Dor. Que te deu, Poeta?!
Não, de dor, não! Quero amor! Abraço.
Eu, como Pessoa, escolheria o Amor- o verdadeiro, o puro, o que eleva alma - como a humaníssima Dor dos nossos dias!
Se me permite, deixo um abraço!
Janita
Sem dor meu irmão poeta
sopro-te e voo
O título lindo que remete a abordagem da
profundidade existencial no poema...
Quando o poeta na sua busca significativa da palavra,
percorre caminhos na personificação da palavra pelas
vias do amor, da esperança e na dor humana ocorre o
reconhecimento desta igualitária experiência
que humaniza na sensibilidade mais nobre;
a solidariedade...
Belíssimo!
Fui tocada assim pelo o poema, talvez um sentir só meu e
distante do curso do poema... Contudo gosto muito dos
teus poemas e dos teus escritos no geral no que eles
tocam a minha emoção.
Grata, Poeta!
beijo.
Suzete,
Grato eu, amiga.
pelo seu belo, sensível e inteligente comentário.
beijo
Lídia,
é muito bom ser assim compreendido o meu poema.
grato, amiga
beijo
grato a todas(os) os que tiveram a gentileza de comentar...
beijos e abraços
A dobrada fria é o que nos vendem mais... a par da esperança de atingirmos o inatingível (da que mais gostei foi a de virmos a ser um dos 10 países mais competitivos do mundo...).
Talvez para que ninguém sinta nem pense na "dor libertadora, a humaníssima dor dos nossos dias".
Mais um excelente poema. Parabéns.
Caro Veiga, tenha um bom resto de semana.
Abraço.
Todos os sentimentos andam na categoria dos abstratos daí serem também tão inexplicáveis_embora sentidos.
Fico com os 'experts' da Alma _ só ele o Amor, incorpora as 'humaníssimas' dores do mundo.
Abraço,heretico
Que a esperança se sobreponha sempre à dor, que existe mas que temos que tentar ultrapassar...
Abraço do Zé
Humaníssima é a dor destes dias desumanos.
Abraço fraterno
As palavras têm hoje a sua essência adulterada, por isso, a gente deste país vai sendo sangrada por enganos de esquina.
Ao poeta que sente a humana dor faltou dizer "pai afasta de mim este cálice"? Mas o verso não é uma encomenda para decorar uma jarra...
Abraço.
A nitidez de cada palavra que habita o poeta. Tantas vezes amor, tantas vezes esperança, tantas vezes dor. Mas sempre palavras de "humanas criaturas" onde se fatigam as mãos e a voz...
Belíssimo poema!
Um beijo, meu Amigo.
:) humaníssima dor do nosso contentamento!
a palavra limpida que por vezes nada tem de lipidez..
a palavra calada e estrangulada.
mas que não seja de Dor, só se fôr libertadora (como bem disse o Poeta)
um bom fim de semana.
beijo
:)
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