Encruzilhada de todos os
caminhos
Vieste com tua irmã. As duas
de rosto vendado
Como incógnitos amantes celebrando
Magritte...
Estilhaço os vidros para que
a paisagem
Ocupe todo o espaço. Corpo
anjo negro de mim
Suspenso na ponte dos dias e
da memória...
Perdura o abandono dos dedos.
E o feitiço da lua
Sobre a copa dos pinheiros.
Serenidade do corpo distendido...
Multidão esvoaçante sobre os
telhados. Agora.
Vértice os seios perfumados
de azul...
E soberba a luz faminta do
olhar da fera
Indiferente ao drama - apenas
vida na espera!
Fogo consentido de fêmea. Ao
longe adivinhada...
Geometria de almas dispersas!
Manuel Veiga
4 comentários:
Um poema de excelência e beleza que me deixa muda,
diante da certeza de quanto são desnecessárias
as palavras no poema assim, basta a contemplação...
Bravo!!
Adorei, poeta amigo...
beijo.
Mais um belo equilíbrio na assimetria
Abraço sempre
e assim deambula o Poeta em inspiração sobre René Magritte...
gostei!
:)
A "Geometria de almas dispersas" faz-se na assimetria do contraponto do poema audaz.
Bonito, Poeta!
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