Percorro
os sinais letra a letra e recolho
O
reverso do poema em danação das horas
Qual
Fausto a arder
E as
esferas imperturbáveis
E frias
me acolhessem.
Órfão
em meu pacto.
E meu
palco.
E
as portas, sem saída, nem entrada, esbarram-se
Em
patético delírio de luz fria
Em
mim trancada...
Percorro
os sinais como corsário sem barco
Que
de ilha em ilha se reveste de bruma
E
dardeja raios e gritos
Porém
perdidos.
Oceânicos
abismos e espectros a dançar
Como
se poeta fosse náufrago.
Ou
do Destino,
Gargalhada.
9 comentários:
Poema enérgico, "qual "Fausto a arder", cujo pacto parece não deixar mais do que gritos sem eco. Mas todo o poeta é de certa forma um náufrago que luta por manter-se à tona. Enquanto o destino se ri do esforço.
Muito bom!
xx
Faz o que tens a fazer
percorre os sinais
no fundo das palavras lá estão as ânforas à tua espera
porque meu irmão
poetas somos todos
sendo certo que só alguns ousam escrever
Aqui estarei como sabes
nos teus belos apeadeiros
Abraço sempre
O importante é nunca desistir de os procurar !
Um belo momento de poesia.
Um beijinho
Fê
Os sinais... por vezes ocultados e provocando grande trabalho para quem os procura. Mas você, poeta, não naufraga, ainda que as águas não sejam auspiciosas. Abraço.
Entendo bem essa "gargalhada" do Destino e sei como lhe fácil, a si, contorná-la pela destreza do verbo e da inteligência.
Admirável!
Lídia
Um Poema mar, em que o Poeta se diz não reconhecer
os sinais, se afogando num olhar cego da trilha
que o levará ao seu contato mais íntimo.
Diante desta cegueira, se diz náufrago.
Porém o mar das palavras na dimensão infinita dos
significados da Poesia lhe pertence, no barco
a navegar na beleza Poética de sempre!...
Sempre um olhar encantado (meu) ao infinito da
tua excelência Poética!!
A eterna procura... Do destino, do poema, de tudo que faz com a vida vibre...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
A busca circular...Poeta!
Belo poema.
(Sinto-me a menina dos olhos tristes).
Beijinho
a eterna procura (do Poeta e não só)
mas há sempre portas a abrir, sempre mesmo que enferrujadas pelo tempo
um belo momento de poesia, como já nos habituou.
beijo
:)
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