Navego canela e
marfim
E em meu sal
marinheiro...
Solto os mares.
Que porto
abandonado é fogo ardido...
Corsário de um
corpo indefinido
Em cada remo me
fundeio. A bruma é lua.
E o rosto
indefinido vaga cheia...
Cartografia dos
sentidos
Rebentando as
veias...
Não mais
bandeiras. Outras.
Apenas o convés
engalanado
E o mastro
altivo...
Tão grávida de
Índias
Minha galera de
glórias passageiras...
Manuel Veiga
"Do Esplendor das Coisas Possíveis" - pág 89
Poética Edições - Lisboa
14 comentários:
Caro Manuel,
Poderia dizer-lhe que é pura intuição o desejo, a vontade, o impulso pelo "Esplendor das Coisas Possíveis", mas não estaria dizendo a verdade.
A leitura dos seus poemas, do seu texto, neste espaço, me fez compreender desde o primeiro momento que à sombra do seu bailado com as palavras nascia sempre um poema acabado. Daí o interesse...
Mas não se preocupe que vou-me refugiando nos poemas dados ao lume aqui, na tua casa, e sempre ando por aqui.
É sempre dádiva a poesia que rola à sombra do teus voos.
E não preciso alongar-me mais porque já "navego canela e marfim" pelos "soltos mares", distanciando-me do "porto abandonado".
Abraços, meu caro Manuel!
E eu, em volta de palavras e aromas, por aqui circum-navego. :)
Ui, que lindo!!! Sempre a palavra certa no lugar exato. Muito bom!
Beijo, Poeta!
Não por acaso
este foi um poema
que dei por mim
a lê-lo alto
Abandonar o porto é rejeitar a viagem. E mesmo que sem rumo certo e a eventual glória seja passageira, o importante é zarpar.
Gostei muito do poema e seus aromas, e do Fausto também.
xx
Um belo Poema que exalta a volatilidade das emoções
em mares por dentro...
O Poeta se confessa marinheiro nos seus portos de sentires,
mas dar uma dica:
"Navego canela e marfim"
Viaja entre o aroma efervescente de sentires para toda a vida!...
A impulsividade à busca, com a pulsão de vida, nesta vida
em viagem passageira.
A tua poética é uma bela e inesquecível viagem por dentro, sempre!
Bj.
Nos mastros mais altos
as nossas bandeiras
Abraço sempre
Li, reli e senti este cheiro a maresia.
Um beijinho
Uma viagem agradável, imagino.
~~~
Belíssimo, Poeta!
Beijo amigo.
~ ~ ~ ~ ~ ~
Na crista da onda, o sal e a espuma do poema.
Abraço meu irmão poeta
Poema da condição humana, em cenário que nos continua a fascinar.
É um prazer lê-lo, meu amigo.
Abraço
Naveguemos pelos mares da ousadia onde as palavras se tornem bússola da liberdade.
ab
Belíssimo leme fortíssima remada, MV.
E se mentes?
- Minto!
Então sobe à gávea e espalha,
espalha por estes mares (ainda)
sementes. Se mentes
em Maio florirão.
Abraço
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