Nada.
Absolutamente nada.
Apenas a
brancura alva e a ave negra
A corroer por
dentro a alma do poeta.
E a dúvida.
E a inesperada
lágrima – sal e água –
Que tomba agora
sobre a tela...
E alastra. E se
derrama sobre a brancura.
E penetra
imaculada na vibração
Da alma. Agora
água...
E ergue-se
tímida. E solfeja
A cor em que se
derrama. E se desenha.
E o
Espaço-Tempo. E o voo da ave. E o murmúrio
Em que se
despenha...
E os olhos são
agora apenas água.
Já não lágrima -
cor a derramar-se
Como se vida fora.
E deste lado da
paisagem
Onde nada
acontece. Sal apenas - maremoto de alma.
Manuel Veiga
9 comentários:
Lindo poetar. Parabéns
E solfejo, sem derramar-me, nota líquida ao rico poema, saudando-o do lado de cá da paisagem.
Abraços,
Gostei deste teu maremoto poético...
Excelente poema, como sempre.
Veiga, tem um bom fim de semana.
Abraço.
Acho que acontece um mar nos olhos do poeta,
isso já é uma imensidão de beleza.
A tua poesia é sempre uma imensidão de beleza
que entra nos nossos olhos (leitores) e fica...
Sempre um privilégio ler-te, Poeta!
A lágrima que purifica.
Ella Fitzgerald que alimenta o sonho.
Há duos perfeitos.
Abraço.
Aí, poeta!!!
Abraço
Onde há poesia, há tudo. É a paisagem que se refaz, que se reinventa.
:)
um maremoto de poesia
onde o sal se faz lágrima
e arte
muito belo
beijinhos
:)
Pergunto: que fazer deste sal, Poeta?
Se a mágoa escorreu em água...
Um poema magnífico.
Abraço
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