Pó de estrelas
Universos nas mans
Na palabra queimando
Nun substantivo único
Que fala de ti
Só de ti
Escoito a noite
Que me fala noutra voz antiga
Coróame de rosas, murmura Ricardo Reis
E somos entregándonos
Eternos pétalos de lume...
Pura Salceda
O amor é uma nuvem alta
Uma sombra que se deita
Na relva do coração. Um coração
Que freme: um lume
Uma desordem sensível
Que alimenta os anjos ofegantes
Do corpo.
Contigo me desfaço
E canto e bebo e ardo e brilho
Na tua pele, nas tuas árvores
Interiores e nas cicatrizes
Que se elevam
Quando nos amamos e ao chão
Trepamos.
Casimiro de Brito
Casimiro de Brito/Pura Salceda
"Dois corpos nus, despindo-se" - Poética Edições - pág. 42/43
Lisboa - Maio 2016
Uma breve ausência, breve, breve...
M.V.
7 comentários:
Engenhosa expressão de dar livre curso ao amor inventada e escrita a duas mãos. Como sempre e, aqui, sobretudo.
Abraço
Dois magníficos poemas.
Nem sei de qual gostei mais. Talvez dos dois...
Bom fim de semana, caro amigo.
Abraço.
E os corpos a desvelarem no chão sem mistérios os mistérios dos próprios corpos o amor que na carne gera.
E sigo tirando o chapéu para receber este sol.
Abraços,
Sempre
num registo
à frente
é bom seguir-te
A poesia de Casimiro de Brito bem como a sua pintura são muito boas!
Beijo
Dois poemas em diálogo. Muito bons.
Um beijo, meu amigo.
O título é um poema encantador!...
A belíssima poética dos dois numa
singularidade (no tom sensual ivulgar)
e originalidade preciosas!!
Preciosa partilha, Poeta!
Enviar um comentário