segunda-feira, maio 23, 2016

QUANDO OS RIOS SECAREM...


Quando os rios secarem e as tempestades
Forem sopro e bálsamo sobre a gretada pele
E a mácula se erguer em flor de inocência
E os olhos magoados forem poema e bailado
E um sorriso enfeitar as linhas do rosto
Como cinzel de límpidas palavras.

E o silêncio se abrir e a música for
Som de cristal. Dedos em movimento subtil
Na vibração da noite. E todos os enganos forem
Festivo encontro...

Inventarei então todos os nomes e
Deporei a pura essência dos dias peregrinos
Em que enlaço e colho o deslumbramento
Como dádiva, transgressão e fonte
Em que ardendo me digo...

Manuel Veiga





10 comentários:

Fê blue bird disse...

Não há sonhos impossíveis !

Um beijinho

Odete Ferreira disse...

Há sempre lugar para a utopia...
Gosto muito do teu sopro poético e admiro-o.
Sempre que o tempo (que me é muito escasso) me permitir, virei ler-te.
Obrigada pela presença no meu humilde espaço.
(Um esclarecimento: como, a dada altura, já não sabia que tratamento usava com esta ou aquela pessoa - sobretudo nos blogues - adotei o tratamento por tu.)
Meu apreço :)

Zilani Célia disse...

UTOPIA, SONHO, MAS, BONITO DEMAIS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

José Carlos Sant Anna disse...

Inventar e reinventar: essa a função do poeta, sempre rodando a máquina de sonhos e utopias. Mas não é somente isso, claro. É também a reinvenção da linguagem. E quanto seduz esse trabalho com a palavra aqui, neste espaço.
Estive uma única vez na Feira do Livro de Lisboa. Foi uma experiência única, pois cheguei no última dia da Feira. E batia o queixo de frio, mas não arredava o pé.
Lembro-me que um livreiro me perguntou se estava me sentindo bem, pois estava em mangas de camisa e a noite [para ele] estava fresca.
Forte abraço, meu caro poeta!

Pedro Luso de Carvalho disse...

Com a inspiração e a transpiração do poeta, fez-se: “Quando os rios secarem...”. Um belo poema. Parabéns, amigo Manoel.
Um abraço.

Lia Noronha disse...

Nos reiventemos mais e mais..sempre!
Adorei tudo por aqui.
Gostaria muito de poder participar desse momento literário por ai.
abraços carinhosos.

Suzete Brainer disse...

Um poema inscrito de luz inspiradora (paradoxal
para um herético...rss), mas é de uma beleza
que transcende, fica nos olhos o encanto
sublime dos significados e significantes
dos rios deste poema!...

O vídeo com a música é belíssimo,
preciosa música que ecoa de beleza
poética na alma.

Bjs.

Ps:Grata sempre pelo olhar precioso
do Poeta com seus comentários grandiosos
no meu espaço.

Agostinho disse...

O poeta Herético imola-se...
na fogueira da palavra
para que renasça o poema.
Será promessa, será profecia?
Como sempre, de colheita refinada.
Abraço.

luisa disse...

O poeta "diz-se" em cada verso.
:)

Andrea Liette disse...

Compartilho desse poema que se escreve 'esperança'. Que seja para toda a humanidade. Abraço.

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