Quando as
estrelas se fundem por capricho
Ou invisível
Fado. E o universo é apenas tela
Ou registo do
matricial fogo.
E os próprios
deuses se espantam
E invejam essa
nova luz a despontar.
Inelutável.
E toda a poalha
vibra em ritmo novo.
E todas as
trajectórias dançam.
Incontidas.
E as alvoradas são
a arder em chamas.
E o grito é
glorioso toque de trombetas
E a palavra é
ligeira vibração de nada
Incrustada no
dorso de todos os sentidos.
Então o Prodígio
acontece. E desce
À mesa do poeta.
E o poema é cerimónia secreta
A desvendar-se
virgem no palato e língua
Fruto pagão e
bailado bocas.
Rítmicas.
Manuel Veiga
10 comentários:
Amigo Manuel,
Como já me expressei antes sobre outro poema seu aqui,
admirável e encantadora esta sua capacidade de
sofisticação dos sentires inscritos na sua poética.
Quando as palavras são "ligeira vibração de nada",
o todo em tudo no infinito é manifestado...
Com uma poesia deste nível, o poema se faz secreto para
o poeta e pousa sobre ele como único merecedor
desta inspiração!...
Maravilhosa (sempre) a leitura que eu faço aqui!
Bj.
Amigo Manuel,
E as alvoradas são a arder em chamas.
E o grito é glorioso toque de trombetas
E a palavra é ligeira vibração de nada
Incrustada no dorso de todos os sentidos.
Pensei que tivesse comentado esse belo poema. Escolhi o terceiro verso, pois a nossa força está na nossa palavra, tanto para construir como para destruir.
bjs meu amigo.
E o poeta se transforma em mago...
Muito bom
beijinho
Há sempre um novo despontar, nem sempre com luz,nem sempre com as estrelas brilhando no céu azul, nem sempre
com motivo para que as " trombetas toquem " . Estamos cá neste universo sem que pedissemos e é nosso fado seguir
em frente encantando-nos com os " prodigios que acontecem " a cada amanhecer, que, por mais que o sol se esconda, nos oferece sempre um raiozinho de luz para com ele escrevermos um poema. Não seremos poetas daqueles que sabem fazer poemas, mas poesia se faz sem poemas também e em cada pormenor deste universo que é nosso ĺê-se, declama-se, escreve-se pura poesia...é só querer. Temos a palavra que é feita de letras, pormenores pequeninos que a compõem ; traduzindo os nossos pormenores em palavras e alinhando-as , de uma maneira mais ou menos tosca, sairá um verso ...glorioso ou não, mas nosso.
Mas tu, amigo, és capaz de belos poemas, palavras da alma que, sabiamente, alinhaste no papel ; só tu podes saber com exactidão o que significam; para quem as lê fica a certeza de que aqui a poesia é bela, como, aliás, tem de ser; pode ser triste, dolorida, amargurada, mas, sempre bela. Obrigada pela partilha e fica bem. Um beijinho
Emilia
Caro Manuel, voltar ao “convívio” dos que escrevem em espaços como este é sempre proveitoso, pois ficamos motivados para escrever, sabendo que alguém lerá o que criamos. Portanto dou boas-vindas ao amigo.
Gostei de “A ligeira vibração de nada”, um belo poema, que usa nos seus últimos versos a metalinguagem. Parabéns.
Grande abraço. Pedro.
O Prodígio do tudo ou nada
até que as pestanas serenem.
Assim o Poeta é.
Abraço
a vibração do nada que afinal é tudo, ou será tudo o que o Poeta quiser que seja...
bom fim de semana.
beijinho
:)
Fico feliz por poder participar da tua vibração poética, caro Manuel.
Até os deuses se espantam! Eu também.
Grande abraço.
Obrigado, Teresa.
bem vinda.
espero que te sintas bem aqui. sempre.
beijo
E os pequenos nadas... que em tudo se encontram presentes... podem ser o princípio, o fim, e a causa de todas as coisas...
Mais um poema belíssimo, num estilo apaixonante, épico, e grandioso... num formato bem light, de leitura empolgante!
Adorei! Abraço!
Ana
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