Derrama-se o
canto sobre a mesa alva.
E a noite fria.
Agora é este lume na estrela
De teus dedos
murmurados. E a frágil linha
De teus cabelos
brancos escorridos...
Meu rosto são
teus olhos...
Arfar do peito
meu. Dobro-me nesta miragem
No esconso
tempo. E desprendo em teu regaço
Lírios de
outrora. E componho o musgo e a hera.
O menino sou eu.
E a lágrima é
tua lá no Céu.
Dulcíssima a
Hora...
Ilumina-se o
esplendor dos anjos em redor.
Meu vagido, teu
seio. E este milagre de ti.
Não há incenso,
bem sei. Apenas a Mulher parida
E o filho
incréu. De joelhos
entoando tua bênção:
"Gloria in
excelsis Deo!”
Manuel Veiga
in “Do Esplendor
das Coisas Possíveis” – pág.45
Poética Edições
– Lisboa – Abril 2016
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Até breve! Beijos e Abraços
Votos de Boas Festas!
11 comentários:
Que belo poema, amigo!
Nele há a poesia pura
De beleza e de doçura
Que encontrar eu consigo
Absorver e comigo
Levar na alma em candura
Como uma bela figura
De algum prazer mais antigo
De minha infância, talvez
Como um sonho português
Que no Brasil foi sonhado
Por um infante que fez
Jura de amor certa vez
Por Amália e por seu fado.
Grande abraço. Laerte.
"O menino sou eu" - comove-me a tua excelsa escrita, sobretudo este poema. Penso que consigo acompanhar o alcance das tuas palavras, como se fizesse parte desta tua "Hora".
Bjo, Manuel
Boas Festas :)
Excelente texto poético, Herético!
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...como todos os meninos
de mãe parida
e em benção merecida.
os céus devem estar felizes
"Dulcíssima a Hora..."
um texto poético sobre a natalidade de todos nós.
gostei muito deste "milagre".
boas festas.
Caro Manuel, gostei muito do seu poema. É um belo poema. Parabéns também por Milton Nascimento e Bach. Aproveito para deixar ao amigo os meus melhores votos de um Feliz Natal e um ano de 2017 com muitas realizações, e saúde, votos extensivos aos teus familiares.
Grande abraço. Pedro.
É doce a hora deste hino ao Natal.
Boas Festas, caro Manuel.
Entre Sinatra e Bach há um mundo de diferença. No entanto ambos declaram duma dulcíssima beleza .Entretanto Li um poema belo neste blogue que vala a pena para visitar.
Abraço
E a lágrima é tua lá no Céu.
Dulcíssima a Hora...
Belíssima a doce hora!
Há trechos ímpares nesse poema, Manuel.
Vídeos lindos, o anterior do Frank é sempre belo.
Um beijo, amigo, reitero meus votos de um Feliz Natal a você e sua família!
Maravilhoso o poema que não me canso de ler.
Um beijo, meu Amigo.
Muito bonito, como sempre!
Boas festas
Bj
Um retrato perfeito da condição do ser nado e de sua mãe quando se faz o milagre mais autêntico da vida.
Uma poesia adorável de natal.
Abraço.
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