No surdo rumor das coisas a erguerem-se.
Sem mácula ainda. Apenas bailado a fermentar.
E inerte magma a abrir-se e a traçar o rosto do devir.
E as águas – matriz de tudo – a separarem-se
Em seu movimento prenunciador
De espaços e destinos.
Nesse alvor da palavra e murmúrio
Do fogo no interior das formas em esboço
Dos dias. Nesse trono de epifanias
E aleluias: grito apenas.
E na cintilação das esferas.
Nessa lonjura.
E na gloriosa febre em que nos sagramos.
E nos hinos. Ergo meu altar.
E fecundo minhas
Promessas nuas
E digo corola
E néctar.
E meu cântico. Flor de Cristal.
Mulher. Mátria. Liberdade
E dança. Apoteose
Sobressalto
E frémito.
E rubor de Poesia
Livre.
Manuel Veiga
12 comentários:
Um hino à própria poesia ! Belo poema !
Beijo , Manuel .
O Poeta revela-se
na ara sacrificial em que nos sa(n)gramos:
a poesia erguida
- o bom vício e prova de vida.
Abraço.
Ergo a minha taça e brindo contigo a toda a poesia livre e à tua, em especial.
Meu amigo,
A Poesia, no altar das palavras e sentires,
se inscreve no destino da beleza cristalina.
Neste poema há apoteose da cor da liberdade.
Com Certeza, tu com o teu imenso talento
poético, és destinatário desta Poesia.
beijo.
No poeta, tu, cada promessa é exaltação, é forma e conteúdo, é ser nascente e amadurecido, é nudez e robustez; a promessa que se é e se cumpre, no todo do eu poético que sente e cria poemas grandiosos como este.
Há um léxico que te é e me é, também, caro: o frémito e o rubor que provoca.
Bj grato, Manuel👏
E este altar erguido de uma forma elegante e robusta.
Excelente, meu amigo.
Tem uma Páscoa Feliz, caro Veiga.
Abraço.
Bom aqui voltar! Boa Páscoa! Beijinhos :)
e que belo trono se ergue nas palavras do Poeta
para definir a Poesia!
muito bom!
beijinhos
:)
Neste altar ergue-se gloriosa a poesia. Palavra fecunda e nua.
Chego ao fim do teu cântico e apetece-me gritar: aleluia!
Beijo, Manuel.
Encantada com o Altar apoteótico 'de espaços e destinos',que o poeta entroniza cânticos danças rubor e frêmito.
fica o Parabéns,sempre.
Um perfeito hino à paixão e à vida... e à poesia inerente às mesmas...
E que... como estou a comentar dos posts mais recentes para trás... se enquadra perfeitamente no espírito das imagens do video do post seguinte...
Belíssimo trabalho, Manuel!
Beijinho
Ana
Gosto muito!
bj
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