Ao princípio, antes dos
nomes,
Quando todas as coisas fluíam na inocência do porvir
Acordou, na margem, aos olhos do poeta,
Uma centelha (ou uma lágrima) fulgurante
Que a si própria se ergueu e se ungiu
Como Prodígio. E Mensageira.
E então todo o Caos se (des)ordenou.
E todas as cores e todos os sons.
E todas as formas. E todas as fórmulas.
E todos os ritos se abriram.
E todos barros...
E todas as sarças foram chama a arder na boca
De todas as palavras.
Manuel Veiga
"CALIGRAFIA ÍNTIMA"
Poética Edições - Maio 2017
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