Límpidas são as
vozes em seu desmedido sopro
E as ondas, que em
retorno se alevantam em tempestade de espuma
E se rendem
altivas ao cântico interdito dos dias.
Em cada sílaba vibra
uma saliva de pétalas
E uma cristalina
febre a entumecer os lábios
E a alagar o
movimento e sintonia dos corpos
Numa dança de
murmúrios orvalhados.
Existe em cada
nome uma fantasia de gestos
E uma música que
se derrama e se dilata em metamorfose
De cores sem
forma e que apenas invisíveis dedos
As colhem no
momento de dizê-las desmedidas.
Cascata de emoções cálidas
em que os rostos
Desenham o
itinerário dos afectos e a vibração dos passos
Peregrinos como cais
de chegada – destino de poeta
A doar-se inteiro
e a sobrevoar as margens
E a despenhar-se
em fingimento da palavra
Partilhada.
Manuel Veiga
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