Hei-de um dia plantar
uma árvore
No canteiro mais nobre
de meu jardim de prodígios
E hei-de rega-la todas
as manhãs
Com o suor do meu rosto
e
O melhor de meus afectos.
E até com o sangue de
meus pulsos
Se necessário for. Para
que a árvore cresça e floresça
E se desprenda generosa
em apetecíveis frutos.
E abrirei então, de par
em par, meus portais abertos
E hei-de gritar ao Mundo
e a todos aqueles
De amor famintos.
E a
todas as invejas
E a todas as pestes
E a todos os ódios
E a todas as palavras predadoras:
“Este é meu corpo, tomai
e comei!...”
Mas ninguém de mim
espere que ofereça
A outra face. Ou que, de
hipócritas perdões,
Me faça espúria Lei…
Manuel Veiga
11 comentários:
"Mas ninguém de mim espere que ofereça
A outra face. Ou que, de hipócritas perdões,
Me faça espúria Lei…"
Assim não fosse, não seria o cordial amigo Manuel, defensor intransigente da liberdade e da igualdade entre os homens.
Poema irrompendo a pauta redondo, maduro como os frutos dessa tenra árvore.
Um fortíssimo abraço, caro amigo!
Palavras sentidas. Adorei
Hoje temos para si:-Murmúrios em desnorte.
-
Bjos
Votos de uma óptima segunda feira.
Que lindo e forte poema, meu amigo!
Ao ler, na cadência a que me proponho, entro na reflexão de imediato.
Parabéns, Manuel, gostei imensamente. Senti uma ótima musicalidade.
Beijo, uma excelente semana.
Que força, amigo!!
Muito bom! Como manejas bem a metáfora!...
Beijinho
nobre árvore essa prometida.
e que a terra seja merecedora
de todos os afectos.
o teu poema é vertical, directo e
sublime.
que seja assim... que ao poeta não falte, nunca, a vontade e o saber.
já podes ir pensando no título para um novo livro a publicar.
este será, de certeza, incluído.
um abraço, caro Amigo Manuel.
Este teu excelente poema, com ricas imagens poéticas,
no crescente melódico de uma voz altiva e questionadora,
a desnudar a dinâmica da vida, naqueles que sem máscaras semeiam:
"E a todas as invejas
E a todas as pestes
E a todos os ódios"
Destaco esta primeira estrofe do poema como expressividade
do caminho digno na vida:
"Hei-de um dia plantar uma árvore
No canteiro mais nobre de meu jardem de prodígios
E hei-de rega-la todas as manhãs
Com o suor do meu rosto e
O melhor de meus afectos."
Na minha leitura, percebo este teu poema como uma
"trilogia" belíssima e voraz (no bom sentido da ironia-altivez...)
com os outros dois poemas anteriores: "Como se mágoa fora" e
"Sonho e Mágoa...", todos os três de imensa expressividade e
profundidade filosófica.
Parabéns, Poeta!!
beijo, meu amigo.
Grande poema, amigo Manuel!
Todos os dias cavas um pouco e afagas a terra.
E as tuas palavras vão gritando, ora de afeto, ora de rebeldia.
Continua! É sempre um prazer passar por aqui, entrar na tua casa. Os portões estão abertos.
Plantei tantas que nem lhes sei o conto...
Darão oxigénio um dia, mas perdidas ficarão para a metáfora, pois são tão reais quanto a vida.
Belo poema, Poeta.
Bom dia, Manuel Veiga
Uma árvore. A imagem de uma vida prenhe de valores.
Amor e tolerância mas, sem favorzinhos e vitimizações.
Abraço.
Olinda
O caminho palmilhado em verticalidade, por isso nada melhor que ter como referente a árvore. O significado vai para lá do referente, pela força das palavras e pela arte em delas fazeres o teu Manifesto!
E como gostei disto!
Bjinho :)
E talvez, por isso, as árvores morram de pé... assumindo a sua rectidão, longe de hipocrisias... até ao fim...
Mais um trabalho formidável, Manuel!
Parabéns, pelo talento, e inspiração!
Beijinho
Ana
Enviar um comentário