Desdobra-se o poema em seu itinerário de luz
Antes de explodir
E na branca claridade dispersa depois sopro
Advinha-se a poeira dos dias côncavos
Em luxuriantes acenos.
Como se a distância
Fosse apenas o toque dos dedos
Ou o gesto suplementar do voo
E as palavras seta…
Desdobra-se o poema.
E em seu destino volátil.
Devolve-se à carne dos dias
E retoma cativo a matriz de água e o grito
Latejante no peito arfante
Do poeta...
Manuel Veiga
POEMAS CATIVOS - Poética Edições .- pág. 21
12 comentários:
Bom dia. Um gosto ler. Maravilha de poema
.
Tema de hoje:
* Campos ondulando em flor, afectos infinitos *
.
Votos de um dia feliz.
É esse o segredo: o poema percorre o seu caminho entre luz e sombra, pó e fraquezas,até se elevar sendo o peito do poeta o veiculo da sua explosão total.
Aqui mora a Poesia.
Abraço
Olinda
Brilhante.
Parabéns pelo talento que este poema revela.
Continuação de boa semana, caro Veiga.
Abraço.
Cativo é o que nos tornamos ao ler a sua poética.
Este deslindamento do ato criador nos traz um apuro de linguagem, águas e sementes, que nos deixa fascinados com o esplendor da luz e, ao mesmo tempo, com as minúcias dessa estética tão bem urdida.
Forte abraço, caro amigo!
É tão intensa a tua poesia que, por vezes, as minhas palavras fraquejam. Saboreio-a apenas ... e ela entranha-se.
Parabéns, amigo Manuel.
Beijinho.
Muito bom, muito bom mesmo!
Beijinho e feliz Fevereiro
Nossa, é um poema esplendoroso na beleza, a rasgar o limite
deste caminho em que as palavras explodem, depois de implodirem
no peito, como um sol nascente de Poesia:
"Devolve-se à carne dos dias
E retoma cativo a matriz de água e o grito"
Parabéns, meu amigo, neste ofício de ser Poesia,
refazendo o caminho do poema no patamar acima e único.
Um final de semana feliz, caro amigo Manuel!
Beijo.
Muito belo o poema que toma a sua forma e "Latejante no peito arfante
Do poeta..." eclode!
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime
Lendo teu belo poema diria que a poesia é a mais bela meditação sobre o mundo, sobre a natureza, sobre os sentimentos.
Desdobra-se o poema.
E em seu destino volátil.
Devolve-se à carne dos dias
E retoma cativo a matriz de água e o grito
Latejante no peito arfante
Do poeta...
Beijo, meu amigo. Um bom fim de semana.
"matriz de água", este poema, em que o poeta usa o grito para respirar cada sílaba... Magnífico!
Uma boa semana.
Um beijo meu.
"Devolve-se à carne dos dias"
A tua poética é esplendorosa e irrompe (rompe o) pelo corpo todo.
Neste poema, de forma brilhante, traduzes precisamente essa relação de causa-efeito. E que efeito(s)!!!
Bjo, amigo :)
Maravilhoso este despontar de um poema, que sai da alma e do peito de um poeta... cativante... e cativo... ligados para sempre...
Intenso e inspirador! Beijinho
Ana
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