Murmúrio de fogo e água
em minúscula
Suspensão. Arrepio
talvez do tempo.
Ou talvez brusca queda
em direcção
Ao indizível.
Reflexos apenas
pressentidos
Presos na língua e na
decantação dos nomes
Antes dos rostos. Matriz
ainda.
Itinerários de luz e
magma à superfície
Forma-murmúrio antes do
signo
E a decifração da
Palavra.
O poema virá depois na
fermentação
Dos detritos e no
bailado das sombras
A possuir o Excesso e
burilar o Tempo
E a abrir-se na
caligrafia muda das coisas
Umas nas outras. E no
mistério delas.
Manuel Veiga
6 comentários:
Bom dia! Excelente poema. Parabéns
Hoje:- A Dança no Paraíso
.
Bjos
Fim de semana feliz.
Olá, Manuel Veiga
Vários cambiantes adivinho nos itinerários que desenha neste belo poema. Decifrá-los não é coisa pouca. No âmago das palavras pressentem-se reflexos de tudo o que nos envolve, mas necessário se torna viajar até à matriz e fazer o caminho ao encontro do expoente máximo da criação do Poeta. A Poesia apresenta-se então em todo o seu esplendor.
Abraço
Olinda
Um itinerário que contorna ora o nevoeiro , ora a luz do Tempo e do templo do poema provocando uma incandescência que nos ofusca
Belíssimo, querido amigo Manuel
Beijinho
É vibrante a forma como este fio de água e luz se faz poema. Este arrepio do tempo. É um ato de criação glorioso em que o poeta se entrega.
Meu amigo Manuel, vou guardar comigo estes itinerários de luz. Este poema é uma obra prima.
Deixo-te um abraço bem arrochado.
Manuel, meu amigo
Apreciei muito o título, uma grandiosidade na
expressão, que somos viajantes de luz e
percursos de luz...
Todos os sentires próximos do encantamento e
soltos no paladar dos desejos.
Porém, a Poesia nasce assim: "na caligrafia
muda das coisas" "e no mistério delas"...
Bravo!!
Um domingo alto astral, caro Poeta.
Beijo.
Maravilhosa... esta formação de um poema... como um itinerário de luz...
A inspiração está em alta, por aqui, Manuel! Parabéns!
Beijinho
Ana
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