segunda-feira, maio 07, 2018

Na Linguagem das Coisas Simples


Na linguagem primordial das coisas simples
Tudo flui na alegria de existir sem metafísica...

A flor abre-se ao sol
A pedra afeiçoa-se à montanha
E os pombos catam “o piolho da existência”
Abrindo as asas em festiva celebração
Sem cuidados...

Assim fora o Mundo
E a minha inquietação...

E a noite dos proscritos. Assim fora...

E aridez de todos os desertos.
E as dores. E todas as devoções
Das almas simples...

E a reabilitação da Palavra profanada...

E todas as leis. E todos os mistérios
Assim fossem – alento breve
Na consumação dos dias...

Manuel Veiga

"Poemas Cativos" - POÉTICA Edições - Pág. 25

(Poema editado)


8 comentários:

Larissa Santos disse...

Bom dia. Maravilhoso e interessante texto :))

Hoje:- Procurei os caminhos do mar...

Bjos
Votos de uma boa terça - Feira

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Poesia pra mim
é sempre uma forma
linda e suave
de ler a vida.
Bjins
CatiahoAlc.

Ana Freire disse...

E a sabedoria... sempre se reveste de simplicidade... quando explica a alma das coisas... da vida e do mundo...
Talvez por isso, Saramago tenha dito, que conhecera o homem mais sábio do mundo... que nem sabia ler, nem escrever...
Belíssimo poema... enaltecendo a simplicidade... onde reside a essência de tudo... e as grandes explicações da vida...
Beijinho
Ana

Teresa Almeida disse...

Reabilitas "a linguagem primordial das coisas simples" e o poema flui e abre-se "em festiva celebração".

Repito palavras tuas plenas de poesia.

Meu aplauso, Manuel.

Beijo.

José Carlos Sant Anna disse...

Caro Manuel,

essa é a linguagem que nos revela outras maravilhas, onde sabemos que a imaginação corre solta. Parece estar sempre brincando com as palavras, meu caro poeta. E sempre tão séria essa dicção...

Abraços, meu caro amigo,

Andrea Liette disse...

Na "dos pássaros" a poesia é o alento das asas . Gratidão. Abraço.

Suzete Brainer disse...

Este teu poema é belíssimo, nos remete à louvação
da vida, na sua própria divina e misteriosa manifestação,
tudo num ritual simples da linguagem da beleza da existência:
"Na linguagem primordial das coisas simples
Tudo flui na alegria de existir sem metafísica...

A flor abre-se ao sol
A pedra afeiçoa-se à montanha
E os pombos catam “o piolho da existência”
Abrindo as asas em festiva celebração
Sem cuidados..."
Um poema filosófico que nos proporciona abraçar a natureza
em nós e num todo em comunhão!
Bravo, Poeta.
Bjo, Manuel.

Julia Tigeleiro disse...

A simplicidade do ser e dos estar...lindo.

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