Na
linguagem primordial das coisas simples
Tudo
flui na alegria de existir sem metafísica...
A
flor abre-se ao sol
A
pedra afeiçoa-se à montanha
E
os pombos catam “o piolho da existência”
Abrindo
as asas em festiva celebração
Sem
cuidados...
Assim
fora o Mundo
E
a minha inquietação...
E
a noite dos proscritos. Assim fora...
E
aridez de todos os desertos.
E
as dores. E todas as devoções
Das
almas simples...
E
a reabilitação da Palavra profanada...
E
todas as leis. E todos os mistérios
Assim
fossem – alento breve
Na
consumação dos dias...
Manuel Veiga
"Poemas Cativos" - POÉTICA Edições - Pág. 25
(Poema editado)
8 comentários:
Bom dia. Maravilhoso e interessante texto :))
Hoje:- Procurei os caminhos do mar...
Bjos
Votos de uma boa terça - Feira
Poesia pra mim
é sempre uma forma
linda e suave
de ler a vida.
Bjins
CatiahoAlc.
E a sabedoria... sempre se reveste de simplicidade... quando explica a alma das coisas... da vida e do mundo...
Talvez por isso, Saramago tenha dito, que conhecera o homem mais sábio do mundo... que nem sabia ler, nem escrever...
Belíssimo poema... enaltecendo a simplicidade... onde reside a essência de tudo... e as grandes explicações da vida...
Beijinho
Ana
Reabilitas "a linguagem primordial das coisas simples" e o poema flui e abre-se "em festiva celebração".
Repito palavras tuas plenas de poesia.
Meu aplauso, Manuel.
Beijo.
Caro Manuel,
essa é a linguagem que nos revela outras maravilhas, onde sabemos que a imaginação corre solta. Parece estar sempre brincando com as palavras, meu caro poeta. E sempre tão séria essa dicção...
Abraços, meu caro amigo,
Na "dos pássaros" a poesia é o alento das asas . Gratidão. Abraço.
Este teu poema é belíssimo, nos remete à louvação
da vida, na sua própria divina e misteriosa manifestação,
tudo num ritual simples da linguagem da beleza da existência:
"Na linguagem primordial das coisas simples
Tudo flui na alegria de existir sem metafísica...
A flor abre-se ao sol
A pedra afeiçoa-se à montanha
E os pombos catam “o piolho da existência”
Abrindo as asas em festiva celebração
Sem cuidados..."
Um poema filosófico que nos proporciona abraçar a natureza
em nós e num todo em comunhão!
Bravo, Poeta.
Bjo, Manuel.
A simplicidade do ser e dos estar...lindo.
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