Um dia, hei-de inventar um rio
E derramar pétalas na
boca dos amantes.
E então todas as margens
serão
Registo de meus passos.
E todas as águas salivas
buliçosas:
Espuma dos dias e sinfónicos
cânticos
A ecoarem no palato
E nas línguas…
E hei-de inaugurar um archote
de lume
Em cada praça. E em cada
esquina
Uma memória altiva.
E cada lago uma fonte.
E cada terreiro será grito
D´um pregão.
E todos os nomes serão o
mesmo nome.
E todas as pontes a passagem
De meu corpo.
E serei piano na escala
De meus dedos. E vadio fado
no abismo
De meus olhos…
E oceanos!…
Manuel Veiga
17 comentários:
E assim o será porque sempre fostes "oceanos" e fostes múltiplo no seu poetar, vogando sobre este rio "no abismo de seus olhos".
Um forte abraço, meu caro poeta! Sempre uma "ponte para a passagem de seu corpo"
Belo poema! :)
Beijo
Meu caro amigo Manuel, esse poema certamente foi escrito com tintas d'alma. Inspirado poema, criativo poema, que eu teria prazer de assiná-lo.
Parabéns.
Um bom final de semana.
Um grande abraço.
Pedro
Haverá sempre um rio... um oceano de memórias....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Bom dia. Então que assim seja. O poema está um colosso. :))
Grandeza da lua, e do amor
Bjos
Votos de óptima Sexta - Feira.
Excelente poema, parabéns pelo talento.
Caro Veiga, um bom fim de semana.
Abraço.
Nossa... Manuel, esse poema foi escrito com força, Pedro tem razão, vem lá do fundo d'ama!
O que dizer mais se o poeta usou alma, coração, criatividade, beleza...
Só posso deixar aqui meus cumprimentos e elogios para esse poema lindo.
Beijo, um bom fim de semana!
Um dia, hei-de inventar um rio
E derramar pétalas na boca dos amantes.
E então todas as margens serão
Registo de meus passos.
Gostei do teu "vadio fado"
Mais que o vídeo de roque,
Que tem um moderno enfoque!
Sou antigo e ultrapassado
Qual dinossauro fadado
Ao fado, pelo seu toque
A me levar a reboque
De si, por fiel soldado!
E "meus olhos em abismo"
Retrocedem quando sismo
Na eterna Amália Rodrigues
Com sua voz tão divina,
A Diva que ainda ensina
A ser do fado! Não brigues!...
Bela postagem e lindo poema o teu! Eu quiz fazer uma brincadeira com minha cabeça. Escusas! Parabéns pela postagem! Grande abraço. Laerte.
É um poema com um rio dentro. Vadio por natureza.
Parabéns, amigo Manuel.
O teu verso é dinâmico. Só pode arder na praça - em aclamação.
Beijos.
É os olhos não metem...! Que lindo. Um beijo Manuel.
"No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida..." - Ary dos Santos
Que melhor definição poderia encontrar, para te homenagear?
E a este Poema, dum só rio e tanto mar...na espera de o abraçar.
Poetas do meu País...
Gostei muito, meu caro Amigo Manuel Veiga.
Aquele abraço.
(mentem)
Inventar não é traçar destinos
a régua e esquadro
Inventar é o subir e descer do rio
fazer-se cheio e vazio
em corpo verdadeiro
ser homem e poeta por inteiro
Pendularmente, a poesia germina neste alfobre.
Abraço, MV.
Tão belo este poema, Manuel!
Gostei imenso.
Um beijinho.
Ailime
Manuel,
Poema belíssimo, com uma rica encantadora imagética,
começando pelo título (beleza esplêndida...), todo
o poema é um cântico de louvor à vida, ao amor,
a liberdade e felicidade.
As construções poéticas com uma força melódica
que o poema pede para ser declamado num registro
da beleza da Poesia!
"E todos os nomes serão o mesmo nome.
E todas as pontes a passagem
De meu corpo."
Apreciei muito, arrebatador, Poeta.
Bjos, meu amigo.
Poéticas, bárbaras intenções!
Um mar profundo, este belíssimo momento poético... onde desaguam intensas emoções... nesta confluência de qualidade e inspiração!...
Um trabalho absolutamente brilhante, Manuel! Parabéns!
Beijinho
Ana
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