terça-feira, julho 24, 2018

FLAMEJANTE A HORA...


Pedestal de harmónicas palavras
E, do alto, fulva hora se desnuda.

Nada perturba o movimento.
Linha tensa e suavíssima
Dança a escorrer
Como cascata
Sobre o dorso
Em arco.

Imperceptível murmúrio no percurso da sede.
Sôfregas são as íntimas torrentes
Tão audíveis que se alagam.
E se inauguram mosto
Dos sentidos.

Dulcíssima a escala dos tons
E o fervor dos olhares
E a voracidade
Das palavras
(Re)fazendo-se
Poema.


Manuel Veiga

Sem comentários:

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...