Ditosos a quem acena
Um lenço de despedida!
São felizes: têm pena…
Eu sofro sem pena a
vida!
Doo-me até onde penso,
E a dor é já de pensar,
Órfão de um sonho
suspenso
Pela maré a vazar…
E sobe até mim, já farto
De improfícuas agonias,
No cais de onde nunca
parto
A maresia dos dias…
Fernando Pessoa
in “A Poesia da “Presença”
Adolfo Casais Monteiro –
Morais Editores - 1972
Sem comentários:
Enviar um comentário