sexta-feira, julho 20, 2018

Meu Camarada Moço - Alberto de Serpa




"Meu Camarada moço,

Lidos os teus poemas,
Dizer-te que não temas
Dar-lhes fogo, a morte, o esquecimento,

Se queres a Poesia, vai para ela
Puro, desnudo, de ímpeto violento,
Como para a mulher
Em que parou teu sonho, — se és o seu.
Vai, como ela te quer.

Mas se outra chama inflama o teu amor,
Se outro sonho tão belo te rendeu,
Tem a coragem nobre de depor
Os versos que não são teu instrumento.
Toma outras armas mais condizentes.

Não, a Poesia não a violentes!
Deixa os versos ao vento...”


Alberto de Serpa
12 Dez 1906 / 8 Out 1992

Sem comentários:

CELEBRAÇÃO DO TRABALHO

  Ao centro a mesa alva sonho de linho distendido como altar ou cobertura imaculada sobre a pedra e a refeição parca… e copo com...