São os deuses por
vezes traiçoeiros em seu delírio
E das pátrias decidem
as bandeiras
Como destino dos
homens.
Em cada dor há,
porém, uma tempestade
E um golpe de mãos
acesas
Sem fronteiras.
Nada do que é humano
respira sozinho.
E os Povos não capricham
os oceanos.
E todos os rios são a
mesma sede
E crestados lábios.
E todas as fomes se
somam
E todas as angústias
são látego colectivo.
E em cada luta há
sempre um afago indefinido
E em cada muro um
grito subterrâneo
Que explode em cada
gesto
De dizê-lo.
Nada os deuses nos
devem!
São os homens em seu
rasgo demiúrgico
Quem a si próprios se inventam.
Em cada dádiva
De amor rebelde. E
liberdade…
E quando um Povo
sofre (ou se liberta)
É toda a Humanidade!…
Manuel Veiga
(Poema editado)
9 comentários:
Poema sublime, Manuel!
«E quando um Povo sofre (ou se liberta)
É toda a Humanidade!…
»
Tocou-me especialmente o final de tão verdadeiro.
Beijinhos e continuação de bom domingo.
Ailime
Sem dúvida. Adorei o seu poema. Parabéns.
Bjos
Votos de uma boa noite
"E todos os rios são a mesma sede"
E que a tua palavra se entregue livre, airosa e arrebatadora. É assim que a sinto.
Beijos, meu amigo Manuel.
Meu amigo,
Este teu poema é uma obra de arte e
inesquecível, guardo no lado esquerdo
do peito este presente.
Muito grata pela oportunidade da releitura, admirável poeta.
Bjos
Belo poema, para reler com muito gosto.
Beijo
Muitos e muitos parabéns , grande poeta , pela mensagem e estética linguística deste poema !
Beijinho , Manuel !
Amigo Manuel, esse seu belo poema chamou minha atenção, em especial, nos seus últimos versos:
E quando um Povo sofre (ou se liberta)
É toda a Humanidade!…
Parabéns, poeta!
Uma boa continuação da semana.
Grande abraço
Pedro
A liberdade, a felicidade, o grito de rebeldia e revolta, tudo num sentir colectivo. Todos seremos companheiros, solidários ou coniventes, e de nada nos servirá dizer que não sabíamos.
Um poema que alerta para a nossa responsabilidade em tudo o que acontece na sociedade global dos nossos dias.
Abraço
Olinda
Admirável poema de seta certeira.
Afinal, digo eu, os deuses não se entendem: trocam Pátrias por ilusões, vendem bandeiras na orgia do dízimo.
Abraço.
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