Serenos correm os rios e com eles
As tumultuosas águas se enternecem e se dobram
Na plácida hora. Nada neste estio
Se agita para além do sonho
E do sobressalto do sangue
Em louvor dos afluentes:
Sons que distantes
Celebram os percursos
Da memória
Incendiada…
Sou este percurso de sílabas
De um alfabeto inventado
Em que me digo.
Vertigem
E inaudíveis sons
Que respiro no alvoroço
Das margens…
E esta torrente de plenas emoções
E dulcíssimas águas…
Manuel Veiga
(Poema editado)
10 comentários:
Uma poema fantástico. Adorei :))
Hoje: Nasceste em mim...Renasci.
Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira.
São as margens que definem os rios.
O que definirá as palavras? O entendimento que temos delas? Ou a forma como outrem as ouve?
Palavras que terão o seu percurso até ao mar onde acabarão no discurso primordial
Boa tarde Manuel,
Um "percurso de sílabas" que desagua num excelente poema.
Beijinhos.
Ailime
Perspicaz poema.
E este captar de emoções em dulcíssimas águas.
Beijos, meu amigo Manuel.
Eu lembro desse belíssimo poema, meu amigo Manuel! Seus poemas deixam marca, não há como confundi-los ou esquecê-los! Cada um tem vida própria.
Sou este percurso de sílabas
De um alfabeto inventado
Em que me digo.
Beijo, um bom fim de semana.
Bom dia, Manuel Veiga
Águas dulcíssimas, torrente de emoções num alfabeto de sílabas ciciadas - um bom percurso para rumorejarmos sonhos e enlevamentos da alma.
Abraço
Olinda
"A água lava as mazelas do mundo, e lava a minha alma, lava a minha alma..." Belo o seu poema, Manuel, um abraço.
"Em que me digo", confessa o Poeta o eterno convivio das águas.
Abraço.
Este teu poema é uma obra de arte, as palavras
correm neste teu Rio-Poético:
"Sou este percurso de sílabas de um alfabeto
inventado em que me digo"
Bravo, Poeta e meu amigo!!!
Beijos, Manuel.
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