quarta-feira, janeiro 09, 2019

DIGO-TE MÁTRIA ...


Digo-te mátria e barco
E sonho desmedido
No alvoroço.

E águas
Fundas

Distâncias volantes
Que se abrem
E fecham

Vorazes

E retornam
Ondas alabastrinas
No palato das horas

Fecundas.

E o cais deserto
É agora movimento
Entre a miragem

E o achamento.


Manuel Veiga


12 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Entre mátria e barco o achamento acontece!

Abraço

Emília Pinto disse...

Mátria...pátria. ..nosso mundo...nossa casa. Lugar onde nascemos e nem sempre vivemos; as águas turbulentas, " fundas", raivosas fazem o nosso barco andar à deriva e procurar a calmaria noutras paragens; pate-se em grande " alvoroço e grande " sonho " , mas...desilusão. ..foi só uma miragem e o " achamento " não passou de um sonho; no cais deserto voltamos ao barcoe rumamos a casa,,, à nossa matria...ao nosso espaço.
Demorei a vir cá amigo, mas depois da festança vem sempre um tempo de " preguiça ", de descanso. Hoje cá estou, eu Emilia e não Olinda, para admirar a tua bela poesia, nada simples, mas muito boa e tambem para te desejar um novo ano com muita saúde e disposição para escreveres deste modo, com palavras difíceis, como diziamos na primária

Quanto à Olinda, ée uma Grande amiga e não te vou dizer por que falei nela. Tens de descobrir. Um beijinho
Emilia

José Carlos Sant Anna disse...

Que fôlego, meu caro Manuel! E o poema se acha.
Resta não perdermos a esperança para mátria brasilis!
Um abraço, caro amigo!

Manuel Veiga disse...

Emília,

uma distracção imperdoável a minha!
peço desculpa - o nome é nossa identidade, por isso é aquilo que mais valioso ostentamos.

que releve a meu favor a elevada consideração que tenho pela Emília e pela Olinda.

grato pela presença amiga
abraço

Ulisses de Carvalho disse...

A gravidade nos finca ao chão - cá estamos, todos, no solo, por ela -, os sonhos, não: desprendem-nos de determinados pesos da realidade. Belo poema. Abraço, Manuel.

Teresa Almeida disse...

E, da tua lavra, é sempre um achamento, no sentido do valor, da elegância e da dinâmica da língua portuguesa.

Beijo meu, amigo Manuel.

Larissa Santos disse...

Lindo poema:))

O nosso amigo Gil António, diz :- Amar-te na tua essência de mulher

Bjos
Votos de uma óptima Quinta - Feira

Olinda Melo disse...


Poderia optar por seguir a linha que me levaria de "Mátria" a "achamento". Mas não. Prefiro seguir nesse barco em alvoroço que me promete surpresas mil entre ondas alabastrinas e miragens, águas fundas e horas fecundas. Pouca importa que o cais esteja deserto pois nada é imutável, tudo se move.

Abraço

Olinda

Tais Luso de Carvalho disse...

Mantenho a esperança que uma hora dessas a gente encontra o poder mátrio...e tudo se acha.
Belo, meu amigo!
Beijo!

Suzete Brainer disse...

Manuel, meu amigo

Vejo neste teu magnífico poema, a declaração de amor,
paixão e encantamento das horas fecundas da vida, na sua arte
de palco, barco, mátria, pátria e "sonhos desmedidos" no
movimento das buscas e encontros...

Um poema tão belo na infinitude de sentires, que ficamos
rendidos na sua magia de movimentos das palavras-imagéticas,
desde o "cais deserto" à "miragem e o achamento"...

Um privilégio para mim, ler, acompanhar e me encantar
com a tua Poesia!
Um beijo, Poeta.

Ailime disse...

Bom dia Manuel,
Fecundas as palavras de tão bela poesia.
Beijinhos,
Ailime

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Belos versos.
Bjins
CatiahoAlc. do blog Espelhando
Obs: se desejar conhece meu blog de Frases
https://frasesemreflexos.blogspot.com/

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