Que não neguem os lábios
O que o coração enseja…
Nem as margens, Lídia,
O ímpeto das torrentes…
Nem os nocturnos silêncios
O carmim das auroras
Nem o capricho dos
deuses…
Perfumemos nossos
corpos
E mergulhemos nas fontes
E zombemos dos deuses,
Lídia,
Que nos invejam!...
E celebremos o amor
Em nossos corações ledos…
Manuel Veiga
Nota : Lídia é uma criação literária de Ricardo Reis
12 comentários:
Bela celebração do amor.
:)
Um poema muito belo:))
Hoje:- Não consigo perceber este meu jeito.
Bjos
Votos de uma óptima de Domingo
Num mundo onde impera o ódio, celebrar o amor é cada vez mais urgente.
Abraço e uma boa semana
Sim, meu Amigo, celebremos o amor, mesmo zombando dos deuses…
Uma boa semana.
Um beijo.
Um poema de intensa beleza. Só pode ser de deuses.
Parabéns, amigo.
Beijos.
É a palavra de ordem: celebrar o amor. Nada mais importa, só delírio do amor, a celebração. Nota-se inclusive a alegria de Ricardo Reis...
Um abraço, Caro Manuel!
Encontrei Ricardo Reis, em 1936, infelizmente no ano da sua morte, a qual esteve a cargo de Saramago. Andava meio perdido numa Lisboa cinzenta e triste, vindo do Brasil, e às voltas com os seus fantasmas. Chegou a dizer-me que Fernando Pessoa lhe aparecia no quarto e que mantinham longas conversas. Li versos seus dedicados a Lídia. Ele próprio os declamava, emocionando-se. Lembro-me de uns que começavam assim:
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).
(...)
Caro Poeta, depois desta pequena divagação devo dizer o quanto me apraz ler esta paráfrase poética que não desmerece em nada da criação de Ricardo Reis, antes a prestigia, acrescentando-lhe outra dinâmica, magia, leveza e confiança na celebração do amor e ainda intrepidez quando desafia os deuses. Aliás, não só esta composição como mais cinco em “Em Louvor de Lídia”, insertas no seu livro, “Caligrafia Íntima”, cuja leitura recomendo vivamente, aos seus seguidores.
Abraço
Olinda
Sim, Ricardo Reis.
Mas o teu estilo, aqui, teve o perfume de Camões.
Que belo poema, Manuel! Uma espécie de candura enlaçada com o amor.
Beijo para ti
Boa tarde Manuel,
Tão belo! O que me apraz dizer.
Um poema de excelência ao jeito dos grandes mestres.
Beijinhos,
Ailime
Poeta e amigo Manuel gostei muito deste seu poema ("No Topo Mais Alto De Todos Os Topos"), e, dentre seus belos versos, destaco (aleatoriamente) os versos que encerram esse cantar:
"Então o poeta demiurgo embora
É sopro medianeiro. Apenas, E o poema desmaiado reflexo
Da metáfora do Mundo."
Uma boa quinta-feira, Manuel.
Grande abraço.
Pedro
Na intertextualidade de outros versos a poesia se revigora...tão límpida de novos dizeres, tão mágica e vívida para cantar o amor de sempre.
Belo poema, meu caro amigo!
Beijo.
Genny
Lídia ou Lydia tanto faz que o perfume da flor derramada não é indiferente pois sente-se.
Bela composição.
Abraço.
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