segunda-feira, junho 10, 2019

Correm Cristalinas Águas


Correm cristalinas as águas e leve brisa
Se insinua nos ramos dos salgueiros.
Soltemos velas, Lydia. Que serenas
Vão as barcas ...

De rosas coroemos a fronte
E o cais de pétalas e de lírios.

E que deslizem sobre águas cristalinas
Serenas barcas. E sem mágoas
Arrostemos o destino
Pagãos e puros.

E louvemos os deuses
Que nos quiseram lúcidos.


Manuel Veiga

Nota: Lydia é uma criação literária de Ricardo Reis


10 comentários:

Larissa Santos disse...

Maravilhoso poema. Adorei:))
Peço desculpa pelo atraso mas estive uns dias de folga ;))

Hoje:-Deambulando pela natureza, sem chão

Bjos
Votos de uma óptima Segunda - Feira.

Teresa Durães disse...

Louvados sejam!

Graça Pires disse...

"E sem mágoas
Arrostemos o destino
Pagãos e puros." Tão belo, meu Amigo!
Uma boa semana.
Um beijo.

Genny Xavier disse...

Versos de leveza...águas límpidas, frescor das flores, suavidade da brisa, porto e barcas serenas...tudo isso na comunhão dos sentimentos.
Belo poema!

Boa semana, meu amigo.
Genny

Elvira Carvalho disse...

De rosas coroemos a fronte
E o cais de pétalas e de lírios.

Lindo.
Abraço e uma boa semana

Olinda Melo disse...


Venho de uma terra de muito mar. Já viajei em veleiros apanhados por calmarias de dias e por ondas alterosas que varriam o convés e quase me levavam com elas. Nestas águas, em contrapartida, o vento está de feição e sente-se o encantamento no ar. Barcas serenas aguardam a sua carga preciosa. Ademais, os deuses protegem os audazes, parafraseando Alexandre.

Adorei o Poema, Amigo Manuel Veiga.

Abraço

Olinda

Graça Sampaio disse...

Glosando Ricardo Reis.... Muito bonito. Serenamente aproveitemos o dia, Lídia...

Beijinho.

lis disse...

'Louvemos os deuses'_ acima de todas as coisas,louvemos!
_ e que nos faça permanecer lúcidos!
Gosto muito do poema.

Agostinho disse...

Que pecado poderá ter Lydia debruçada no verso? Pura, lavada em cristalinas águas da inocência e na intenção do Poeta.

Abraço, Manuel Veiga.

José Carlos Sant Anna disse...

É o poeta mergulhando no tempo para além do tempo na evocação de Lídia. No tempo em que a escrita se faz, não apenas o tempo dos versos que correm, mas o tempo mitológico em que o poeta recria a figura de Lídia. Escreve num passado para além de todo passado, pois escreve num tempo imemorial, mantendo a chama de Reis. Um belo texto, poeta!
Um forte abraço, caro amigo!

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...