domingo, fevereiro 16, 2020

A ASA AO SOL ...



Nada! Apenas o desatar de laços
E os ecos tombando no lajedo…

E o tropeçar nos próprios passos…

E deste lado do poema
O dia claro – e a asa ao sol
E os rios que correm, porque têm de correr…

E no, entanto,
Esta morrinha a tricotar distâncias
E o verso curvo.

E a alma ausente…


Manuel Veiga



12 comentários:

Genny Xavier disse...

"Esta morrinha a tricotar distâncias"... Pois é isso, poeta, os versos que outras mãos escrevem as vezes dizem exato o que sentimos...

Muito bom ouvir Vinicius no teu Relógio de Pêndulo!

Tenha uma boa semana.
Beijo.
Genny

Graça Pires disse...

Tropeçar nos passos. A inquietude enroscada na alma ausente por mais que as distâncias se possam tecer… Belíssimo!
Vinícius, um gosto.
Uma boa semana meu Amigo.
Um beijo.

Elvira Carvalho disse...

Um belíssimo poema que não podia ser acompanhado senão por esse grande poeta que é Vinicius de Morais.
Um abraço e uma boa semana

Majo Dutra disse...

«O desatar de laços» é sempre um tempo conturbado...
Um interessante poema, como uma confissão...

O poetinha foi um sedutor simpático.

Semana ótima,
Beijinho
~~~~

Agostinho disse...

"Nada" onde cabe tudo
a substância e o verbo
o ato e o desato
a acção e a consequência
e os ecos revelados no curso
da rua do rio
o verso e a vida

Será essa a leitura? Muito boa a composição.

Abraço.

Tais Luso de Carvalho disse...

Nossa, que belo poema, meu amigo!
Entre dizer algo e ler, reler e sentir o poema no seu todo, fico com a segunda opção! E acompanhada por essa linda música do poetinha Vinícius, que adoro.
Aplausos sempre!
Beijos.

Marta Vinhais disse...

Ás vezes, a vida faz-nos tropeçar e parece que estamos ausentes de tudo...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

Teresa Almeida disse...

Invulgar e belo poema.
A ausência e a saudade transpiram nas palavras.
Gostei imenso, poeta.

Beijo, amigo Manuel.

Teresa Almeida disse...

A morrinha e a meiguice de Vinícius adequam-se.
Excelente!

Ana Freire disse...

Inquietações da alma poética... desatando laços... sempre em busca da forma de chegar mais perto, à essência das coisas... que vão vida ao poema... em cada vôo interior!...
Belíssima inspiração, Manuel!
Beijinho
Ana

lis disse...

quando a alma se ressente 'desenlaçar' pode ser o melhor gesto.
_ e os dias ao sol é de muita beleza,
_adorei a inspiração da 'asa ao sol' Mveiga
do lado de cá, literalmente. rs

José Carlos Sant Anna disse...

Quanto de beleza houve só o poeta para dizê-lo, mas a presença de Vinicius ameniza essa farpa cravada no nervo sensível.
Belo poema, caro Manuel!
Um abraço,

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