Derrama-se a
palavra
Leve fissura apenas.
Milimétrica.
Na estrutura de
que é feita.
Tensão da espera
A corroer por
dentro
Sem plano
Ou guia...
Apenas
o deslizar de água
Sobre
a pedra. Alquimia do verso
E o incauto
morfema...
E a inquietação do
poeta
A engendrar as cores
Do poema.
E a dissolver a
água
E a pedra nas
dores
E alegrias da hora.
E na escrita maior
Do Mundo!...
Manuel Veiga
7 comentários:
Desdobras o acto de escrever com um cuidado minucioso.
Desvendas o tremor de “o poeta” ao aventurar-se no lugar vazio que precede a palavra escrita.
E como se fórmula, furtivo, o encadeamento dos fonemas.
Sabes....
Gostava de saber escrever assim!
(A inveja é para mim uma coisa boa, de reconhecimento do outro e da vontade de sermos melhores - pelo menos esta inveja de que aqui falo!)
As suas palavras são tão minuciosa.
Tento aprender algo com as mesmas.
Nunca me arrependo de as ler.
Um sorriso de luz.
Megy Maia
As palavras falam... basta apenas escutá-las para que se derramem em nós...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Eis o poeta. Sempre abismado com as palavras, buscando dentro de si o modo de “arranjá-las” para pôr no papel tudo aquilo que foi e o que poderia ter sido... Nesta luta, é sempre madrugada para o poeta!
Um abraço, caro amigo Manuel!
Poeta inquieto e perfecionista.
A palavra de Manuel Veiga desliza com naturalidade e plena de harmonia substância.
"Apenas o deslizar de água
Sobre a pedra. Alquimia do verso
E o incauto morfema..."
Um beijo, caro amigo.
Ressalvo "plena de harmonia e substância".
Grandioso este seu aguarelar poético, Manuel... que, se não se importar... destacarei por lá no meu canto, qualquer dia... para decidir ainda, se o combino com água doce... ou salgada... em termos de fotografia...
Beijinho!
Ana
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