1.
Sombras
são reverso
Buraco
negro onde
Em
verdade nada
Acontece.
Apenas
bailado
De
espectros
E
diurnos
Detritos…
E,
por vezes, ranger
De
atritos …
2.
Não
há arte no disfarce
Estratagema
Apenas.
E
a sombra a rodopiar
Reflexo
de luz
Em
que a teia
Se
enleia...
Manuel
Veiga
Esclarecimento Necessário.
O título "Poemas Morais" evoca uma série de seis(?) filmes, "Contos Morais", que Éric Rohmer escreveu e realizou na década de 60 do século xx, Assim,
quem viu, viu...
quem leu, leu...
quem viu ou leu e percebeu
mas não entendeu...
fica assim, como está e é seu direito...
M. V.
O título "Poemas Morais" evoca uma série de seis(?) filmes, "Contos Morais", que Éric Rohmer escreveu e realizou na década de 60 do século xx, Assim,
quem viu, viu...
quem leu, leu...
quem viu ou leu e percebeu
mas não entendeu...
fica assim, como está e é seu direito...
M. V.
10 comentários:
Que luz você traz à vida.
Dá luz a qualquer escuridão.
E assinado com António Zambujo cinco estrelas,Aplaudo.
Sorrisos de alegria.
Megy Maia
Meu amigo Manuel, li e reli para pegar tudo que esse teu belo poema nos traz. Li tantos poemas na vida, sobre o luar, o mar, florestas, chuva, lágrimas, amores, desamores, nossas perdas e ganhos e centenas de outras imagens... mas nunca tinha lido um poema que falasse das Sombras!
Mas com poetas, tudo é possível, tudo surpreende. E ficou ótimo! E lendo esses versos, fiquei a pensar no bailado das Sombras, imagem que nunca havia pensado para um poema...
"E a sombra a rodopiar
Reflexo de luz
Em que a teia
Se enleia..."
Beijo, meu amigo,
Aplausos!
O teus versos puseram-me a pensar:
"Sombras são o reverso"!
da luz seguramente o inverso
como se pensa a noite e o dia
como as adjectivações imorais e morais
Sigo neste empedrado não penso-penso
em praça alfacinha calcário-basáltica
e páro perante o espelho de duas faces aos pés:
Moral... que moral?
Abraço, Poeta.
Sem sombras nem disfarces mas quase sempre em silêncio, cá estou sempre que possível, Manuel.
Abraço
Magnífico e terrível o Poeta, insurgindo-se contra sombras e disfarces,
quais moinhos de vento que D. Quixote se afadigara a combater.
Pois parece que tais entidades são o verso e o reverso da mesma
moeda, e que não há moral que os desirmane, uma espécie de
"quinta essência" saída de buraco negro que afinal sempre produz
alguma coisa. E num reflexo ténue de luz a teia se enleia e o novelo se enovela.
Sempre a considerá-lo e rendida à sua escrita ecléctica, caro Manuel Veiga.
Abraço
Olinda
Mas haverá poesia imoral...? eheheh...
Mais a sério, gostei dos dois andamentos do poema. Não sombrios, mas sim bem brilhantes.
Parabéns pela excelência das palavras.
Caro Veiga, um bom fim de semana.
Abraço.
Que complementaridade deliciosa do escondido nos poemas, e do descoberto (não coberto) na canção.
Bela sátira em que és exímio.
Na verdade, os teus poemas são sempre reflexos de luz.
Gostei de encontrar aqui o Flagrante de António Zambujo.
Beijos, meu amigo Manuel Veiga.
"Esclarecimento" PS
- "mais claro e com agregador cimento a dar consistência à consciência visual do poema.
Gostei, MV.
Estou com a Tais... poemas sobre Sombras, sobre este lado mais lunar do reflexo da luz... pouco se vêem! E no fundo... qual é a pessoa, que também não as terá?...
Adorei!!! Se me der licença, ficarei com este seu trabalho debaixo de olho, Manuel, para qualquer dia o destacar, por lá no meu canto...
Adorei este universo underground... aqui tão bem abordado!...
Beijinho
Ana
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