quarta-feira, março 04, 2020

LUMINESCÊNCIA(S)

1.
Desliza a manhã fora do tempo
Nem sequer movimento
Desliza simplesmente
E o poeta dentro.

2.
Flui a palavra no silêncio
Mutismo de alma
Na orla do vento.

3.
Implode a tarde
E o poeta se diz e se desdiz
Intermitência de ser

4.
Mansamente a hora que passa.
Luminescência(s).


Manuel Veiga



~

8 comentários:

Boop disse...

A 2.ª luminescência parece um Haiku
Gosto dos silêncios e das palavras mudas que contêm
E de como o poeta o diz (ao silêncio)

" R y k @ r d o " disse...

Poema de uma profundidade poética lindissima.

Um dia feliz

teresa dias disse...

Olá, Manuel!
Venho dizer-lhe que é um gosto vê-lo no meu Rol de Leituras e agradecer o comentário, já respondido lá mesmo.
Aqui, voltarei com tempo para me encontrar com versos seus.
Para já, gostei de me cruzar com a palavra "silêncio" neste seu poema.
Abraço.

Teresa Durães disse...

Um poeta perdido?

Teresa Almeida disse...

"Desliza simplesmente
E o poeta dentro."

E eu acrescento fulgor e claridade ao teu silêncio.

Amei.

Um beijo.


Olinda Melo disse...


Intermitências entre luz e sombra. Momentos reveladores e outros em
que a alma se esconde de todas as evidências.

O silêncio no seu modo de "mutismo", poderá representar afinal o instante
de interiorização da hora que passa.

Luminescência (s), palavra mágica, aqui.

Belo Poema! Um prazer ler a sua escrita, caro Manuel Veiga.

Abraço
Olinda

Agostinho disse...

O Poeta dentro e
o Poeta fora
constante o movimento
raio de luz nas palavras
luminescentes
Abraço

Rosa Brava disse...

Luminescência(s) de um Poeta...

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...