quarta-feira, julho 02, 2025

COMO SE FORA UM RITO

 

COMO SE FORA RITO...

 

teus dedos açucenas em meu corpo aberto

e os olhos vendados. Como se fora rito

ou cerimonial secreto.  Sou levitação.

Agora meu corpo é algo místico a planar

Veludo de carícia e macieza da voz

 

Passagem de mãos em minha pele

Sede a abrir-se a novos mistérios

e a alastrar em murmúrio

que apenas tuas mãos conhecem

 

e, quando os dedos se enlaçam

em inocente jogo e expectante espera

e primaveril encantamento

solta-se então o percurso das águas

que enjeitas, embora sabendo

de teu desejo…

 

E sei então de ti pelo movimento

As pálpebras e pelo arfar dos seios

E teu doce sorriso, Cativo porém

De tresmalhados

Sentimento...


Manuel Veiga

 

4 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

Belíssimo, este Rito, Manuel.
Um abraço!

Olinda Melo disse...

Um percurso mágico aquele que nos conta, amigo Manuel Veiga
Dedos de açucenas de suavidade plena, desencadeando a senda das águas, com a misticidade própria de um rito maravilhoso...
Abraço
Olinda

lis disse...

Gosto do rito. 'como se fora'
abraço, mVeiga

Pata Negra disse...

Peota do corpo também. Um abraço físico.

MEMÓRIA DE UM PERFUME

Quero atar a flor da ausência Em laço azul de seda e nela me amarrar Cativo ainda. E beber o frémito do silêncio Como memória de u...