As
utopias - dizem-me - são gastas.
Respiram
a poeira das cavalgadas
E
o acaso dos dias...
E
o escombro dos impérios
E
a persistência de dias adiados.
No
entanto
Sei
do esplendor das coisas possíveis
E
da decantação das horas.
E
que o perfume das madrugadas
Se
alimenta desta espera.
E
desta teimosia.
E
deste húmus.
E
da fumegante audácia que germina
Na
grandeza de promessas
Enfim!
- traídas.
E
nestes cardos
Que
os ventos soltam
Em
redemoinho.
Como
espinhos...
E
sei ainda que lâminas e cânticos se afinam.
E
que o abraço fecunda o ombro dos escravos.
E
que os pulsos se rasgam. E o sangue lateja.
E
que as agruras são semente.
E
os caminhos se desbravam.
E
que as ruas são torpedos – quando rios! …
E
as flâmulas se incendeiam
Rubras.
E
míticas as auroras.
25
de Abril, Sempre!
Manuel Veiga
Manuel Veiga
17 comentários:
Pura emoção...nos encantando!!!
Abraços carinhosos meus.
Manuel: estava com saudades do seu cantinho..estava meio distante.mas retornei com força total!!!
Vinte e cinco de Abril, sempre!
Abraço, Manuel
Estou revoltada com as comemorações do dia 25. A Quarenta e o estado de emergência supostamente seria para todos! Verdade?
Gostei de ler!
-
Ventos que me beijam o pensamento.
-
Beijos e uma tarde feliz!
Poeticamente perfeito. Delicioso de ler. O video, bem conhecido, mas sempre maravilhoso de ouvir
Viva o 25 de Abril SEMPRE.
.
Saudações amigas
Palavras intensas e poderosas num poema sublime.
25 de Abril, Sempre!
Fique bem.
Beijos e abraços
Caro Manuel,
Ser lembrado, para não ser esquecido.
Como uma onda sonora, 25 de abril. Sempre!
Um poema vigoroso a assinalar a luta e o que não se cumpriu.
A última vez que estive em Portugal foi por ocasião do 25 de abril de 2014.
Um abraço, caro amigo!
Querido Amigo Manuel, há muito não venho cmas seria uma insensatez e ninguém acreditaria, dizer que é por falta de tempo; o tempo " sobra" o dia parece ter mais do que 24 horas e já me falta imaginação para saber o que fazer com ele; mas, também não é falta de imaginação e nem falta de afazres aqui em casa: sei que leste o poema de Fernando pessoa , no blog da nossa Amiga Olinda e com certeza também leste o que lá escrevi: estou numa fase em que entendo muito bem o sentimento do poeta quando o escreveu; estou nessa fase, nesse, " deixa para la", " que interessa ter tantos livros para ler", que " me importa o tanto que preciso de ardumar"; quero só ficar assim, olhando, observando, admirando aquilo a que não dava muita importancia ; isto passa, mas há que ter vontade, pois esta " clausura, apesar de ser numa prisão " de luxo " cansa. Estou cansada, sim por mais que entenda que assim tem de ser. Não sou pessoa de me assustar muito com as coisas e não entro em pânico, mas as noticias não param e parece não haver outro assunto no mundo e isso acaba por amedrontar de tal forma as pessoas que até se esquecem de tratar as doenças que têm, muitas vezes graves. Quanto ao Vinte e cinco de Abril, Manuel, estudava no Porto quando aconteceu e portanto vivi-o de perto ; tem que ser lembrado sempre e é pena que muitos dos nossos jovens pouco saibam dele. Vai ser comemorado de uma forma estranha e não sei se a maneira escolhida foi a mais sensata. Não vamos poder continuar refens do virus, temos de comecar a sair as ruas o mais protegidos possivel, mas também não sei se ele poderia ser festejado na rua ou numa praça, com os devidos cuidados. Muito dificil a decisão, tenho de concordar. Mas o que importa, Manuel é que o dia seja lembrado e parece que vai ser. Um beijinho e desculpa a ausência. Fica bem e com os devidos cuidados.
Emilia
Emília, minha amiga
compreendo perfeitamente o que diz e o estado de espírito
que esta situação que diria "anti-natural" (natural é socializarmos) projecta nas pessoas, sobretudo as mais sensíveis, mas se me permites direi que não nos podemos deixar abater e ficar paralisados pelo medo.
e comemoremos o "25 de Abril". Sempre!
onde estivermos. e como pudermos!
cuida-te bem, amiga
beijo
Gostei muito deste seu poema, caro amigo Manuel.
Fico a imaginar a emoção de muitos dos seus leitores diante desse primoroso poema, com a sua abordagem poética desse tema, certamente muito importante para muitos dos nossos irmãos portugueses.
Uma boa continuação da semana, com saúde.
Grande abraço
Que bem acompanhados por José Mário Branco!
E tudo se encontra e se afina na palavra de quem sente intrinsecamente os valores de Abril. De quem sente "o esplendor das coisas possíveis..." De quem semeia a luta no corpo do poema.
25 de Abril sempre!
Parabéns, meu querido poeta Manuel Veiga.
Abraço arrochado.
Meu amigo Manuel, quero deixar aqui - nesse tão belo e significativo poema - meu abraço e meu carinho a você e aos nossos queridos irmãos portugueses que tão bem queremos.
Uma boa semana,
Beijo, cuide-se.
Boa noite Manuel,
Um poema de superior qualidade para celebrar Abril, uma data que jamais esqueceremos.
Eu estive no Carmo, naquela memorável manhã e tudo me ficou gravado na alma.
Viva o 25 de Abril!
Beijinhos,
Ailime
Caro Manuel Veiga
Belo e necessário Poema de reafirmação dos valores de Liberdade conquistados em 25 de Abril de 1974.
Onde quer que estejamos, festejemo-lo em nossos corações ou em público se tal for possível, nesta conjuntura.
Desejo-lhe saúde.
Abraço.
Olinda
MV
um poema que é um grito de memórias
video muito bem escolhido
gostei
25 de Abril Sempre!
:)
Quando estive em Lisboa (em pleno 25 de abril), passei por um sebo numa rua e comprei um livreto sobre a data.
Não sei o nome da rua estava naquela de passear e nomes nao importava rs e as comemorações eram esparsas_ quase nao se percebia.Mas, havia!
Gosto desse orgulho que os portugueses tem pela data heroica.
Interessante,acho que tenho uma alma portuguesa também.
Lindo poema, Veiga
_e que os cravos rubros perfumem o 25 de abril!
com abraço
Míticas auroras
As utopias renascem
a cada dia.
Belíssimo o teu cantar
para dizer liberdade
Abraço
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