Gosto
da chuva, sim. Chuva-chuva.
Chuva
molhada. Chuva benigna
E
entrar em nós. E na terra
Como
húmus. E raiz.
E, por vezes, mágoa…
Gosto
da chuva, sim. Chuva excessiva
A
galgar as margens. E a dizer-se
Lezíria
e lago. Ou cachoeira.
Gosto
da chuva, sim. Chuva festiva
A
tamborilar canções. Como dedos
Na
janela. E o bater de corações
Em
desalinho dos lençóis.
Gosto,
sim. De teu corpo-lume
A
pedir chuva miudinha.
E
a fazer negaça.
E
a desdizer-se
Em
graça –
Fogo
e água
Divina...
Manuel
Veiga
12 comentários:
Gosto de chuva sim!
:)
Eu também gosto de chuva, e de poesia. E aqui encontrei as duas interligadas e muito bem estruturadas.
Adorei o poema.
Abraço e saúde
A chuva é benfazeja e inspiradora. E são vários os caminhos que ela galga neste poema. Ora miúda, ora cachoeira. Graciosa e festiva. E quem se desvia os adjetivos que a vestem tão bem? É de reler para lhe seguir a insinuante trilha melódica.
Beijo, meu amigo Manuel.
A chuva faz-nos companhia, desenha-se na janela, escreve-se no rosto.
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Já diz o Aquilino Ribeiro que a chuva é «... uma das providências do homem.»
Abraço poético.
Um mundo sem chuva não seria o mesmo.
Por isso, bem-haja a chuva que de vez em quando nos cai por cima.
E bem-haja o autor de tão magnífico poema.
Bom fim de semana, caro amigo Veiga.
Abraço.
Juvenal Nunes,
o Aquiino Ribeiro é uma excelente companhia, obrigado!
é um "mestre" da Língua e - dzem-me - tinha pontaria certeira na caça à perdiz... rss
abraço poético
Nem sempre gosto de chuva, por mais benéfica e essencial que a considere; a " chuva miudinha " torna os dias de inverno ainda mais tristes; como uma cortina , impede que o sol que sempre nasce, apareça e nos dê um pouco de ânimo nesses dias; gosto de sol...faz-me falta e por isso, prefiro a chuva forte que de repente cessa e permite que o sol espreite e por momentos nos dê " o ar de sua graça ". Depois há a outra chuva, aquela dita torrencial, que cai, sem dó nem piedade, arrastando tudo o que encontra pela frente, deixando um " mar de destruição ", nao3 se importando com as vidas que tal enxurrada destrói. Não é culpa da chuva...nunca é culpa da natureza; a chuva cai, no seu propósito de molhar a terra e seguir o seu rumo através dela, Mas, onde está a terra? Onde estão as árvores que a chuva gostaria de regar? Onde estão os pastos esperando a água que os tornaria verdejantes? São poucos, muito poucos...em vez deles, camadas de asfalto negro que não sabem acolher a chuva....não foram preparados para esse acolhimento e a deixam seguir...sem rumo...sem refúgio...sem colo. Manuel, lindo poema à chuvinha benfazeja...
SAÚDE, Amigo e um bom fim de semana, dentro dos possiveis. Beijinhos e obrigada!
Emilia🌨🌞🌈
Também gosto da poética da chuva, em particular desta,
e do seu jeito de sutilizar a vida com tanta poesia.
Cuida-te, caro poeta e, ao mesmo tempo,
cuida dos lençóis de lágrimas das nuvens!
Abraços, caro poeta!
Gosto da chuva, sim!
De qualquer chuva, ela nos proporciona o aconchego no lar, nos livros e um gostoso encontro para ler, escrever e pensar, coisa que o sol não tem essa capacidade. O sol traz muita alegria, todos querem sair e a diversão é a companheira; a chuva é a introspecção, o pensamento, a vida interior. Mas precisamos dos dois, só assim viveremos o equilíbrio.
Beijo, meu amigo Manuel, um bom domingo, faça chuva ou faça sol!
A chuva a ser amada por quem tudo sabe de paixões. Lindo, meu Amigo Manuel!
Cuide-se bem.
Um beijo.
Sentir chuva miudinha molhar-nos o corpo e a
alma, em louvor a todos os mistérios de que a
vida se compõe, coloca-nos no centro de belas
emoções.
Assim este seu Poema, amigo Manuel Veiga. Nele
seguimos o caminho das chuvas e de nascentes
que poderão transformar-se em cascatas.
Abraço
Olinda
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