sexta-feira, maio 14, 2021

EM LOUVOR DE LYDIA - Favo de Teu Nome

 

Amoráveis os dias, Lydia, assim colhidos

Como pétalas em teu regaço. E o lago de teus olhos

Onde moram os barcos e aportam

Todas as viagens.

 

Deixemos, Lydia, que o tempo se faça solstício

E do momento guardemos a doce espera

E o favo de teu nome. E desfolhemos

Os dedos numa carícia breve

Como se fora a brisa

Sobre a pele.

 

E louvemos os deuses

Que embora néscios sobre nós descem

Na amargura das horas e no cântico

Festivo da tarde…

 

Manuel Veiga

Lydia é criação literária de Ricardo Reis

 

12 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

E assim se escreve sublime poesia. Elogiável inspiração e criatividade poética. Exemplar e fascinante. Adorei ler e reler.
.
Feliz fim de semana …Abraço de amizade.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

SOL da Esteva disse...

Poeticamente belo,
"[...]desfolhemos
Os dedos numa carícia breve
Como se fora a brisa
Sobre a pele.[...]"
Parabéns.


Abraço
SOL da Esteva

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, meu amigo Manuel,
belíssimo poema, gostei da criatividade das belas metáforas!
Um feliz fim de semana, cuidando-se.
Beijos.


"Amoráveis os dias, Lydia, assim colhidos
Como pétalas em teu regaço. E o lago de teus olhos
Onde moram os barcos e aportam
Todas as viagens."

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amigo Manuel, gostei imensamente desse seu poema, ressaltando a sua musicalidade, como uma melodia com suaves tons.
Parabéns, Poeta!
Um bom domingo no seu belo Portugal.
Grande abraço.

Janita disse...

Feliz e louvada seja a Lydia, que inspira tão belas palavras!

Que se louvem então, todos os deuses, em louvor da Mulher amada. Muito belo o poema.

Um abraço e tudo de bom.

Elvira Carvalho disse...

Muito belo. De todos os heterónimos de Pessoa, Ricardo Reis é aquele que menos conheço.
Estou de volta depois de três dias de cama, com febre, dores no corpo todo, vómitos e inchaço nos pés e mãos. E como toda a gente me diz que o pior é a segunda dose, estou bem arranjada. Bom mas o que interessa é que hoje já estou bem.
Abraço, saúde e bom domingo

Agostinho disse...

E quantas Lydias aguardam,
antes que seja tarde?
Sorte do Poeta, sorte da musa,
que se dispõem à espera do solstício,
não se esquecendo de que o tempo
que medeia até ao aphelium
há um mundo de prazer velado
no som deslumbrante de metáforas.
O Poeta revela-se em grande forma
na sua poética.
Abraço, Amigo MV.

Graça Pires disse...

"E o lago dos teu olhos onde moram os barcos e aportam todas as viagens"...
Tão belo, tão sedutor. É este seu jeito de escrever que me encanta, meu Amigo.
Cuide-se bem.
Uma boa semana.
Um beijo.

Olinda Melo disse...


Inesgotável fonte de inspiração quando se trata
de cantar o amor.
Amoráveis os dias e as noites, longos,
que o tempo nos oferece e aproveitá-los no seu
máximo esplendor será, talvez, a expressão de
uma sabedoria milenar.
Assim, faça-se solstício...

Abraço, Manuel Veiga
Olinda

Teresa Almeida disse...

O poeta colhe a poesia no regaço e nos olhos de Lydia. Pronuncia o seu nome com a doçura do favo de mel. Dedilha o amor com a suavidade de pétalas de rosa.
E toda esta melodia permanece.

Grande abraço, caro amigo Manuel Veiga.

José Carlos Sant Anna disse...

E desfolhemos as páginas, cada poema da sua lavra é um deleite, e a recriação de Lydia nos extasia pelo “lago de teus olhos / onde moram barcos e aportam /todas as viagens”, abertas aos leitores.
Um abraço, caro amigo!

lis disse...

'Louvemos os deuses' e as tardes festivas
-que sejam sempre ternas.
abraço.mVeiga

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