domingo, março 06, 2022

DO VICIO E DA VIRTUDE...

 

Da Virtude, o vicio é não ter

Vício. Nem qualidade alguma

Nem vìcio que não diga, de tal forma

Que da diáfana virtude

O negro vício reclama a sua parte

D esplendor 

Pois que se virtude temos

No vicio a buscamos – nem se imagina   

O brilho da virtude, sem vicio que o negue

De tal jeito que em sua metafisica

Ou ocasional realidade  

Se faz suspeito que o Vício e a Virtude

São fruto da mesma árvore.

Verso e reverso da mesma qualidade

Ou perspetiva de diferente olhar:

Maliciosa a puta da virtude

Ou viciosa a pulsão de Liberdade?

 

Manuel Veiga

05.03.2022

4 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

Um poema que me encheu as medidas. E transbordou.

Abraço, Manuel!

Elvira Carvalho disse...

Gostei de ler.
Abraço, saúde e boa semana

Graça Pires disse...

O vício e a virtude são frutos da mesma árvore. Há que escolher o que entendemos por vício ou por virtude para não cairmos em exageros de qualquer espécie. Gostei do poema, esta tua forma de provocares as palavras.
Uma boa semana com muita saúde, meu Amigo Manuel.
Um beijo.

Maria Rodrigues disse...

Esta dualidade vícios - virtudes está presente em todos nós. Provavelmente conhecemos e aceitamos as nossas virtudes, mas tentamos ignorar os nossos vícios. Penso que o que é importante, é perceber claramente quais os nossos pontos negativos, pois só assim os poderemos eliminar.
Um poema brilhante.
Abraços

NEM UM SUSPIRO

  Nada. Nem um suspiro. Nem um bulício. Apenas o leve adejar do Sonho. A espraiar-se em azul-turquesa.   E aquela ilha!... Ao longe....