Derrama-se a cidade
Rubros
os mastros. E as colinas.
Nas
ruas confluências
De
abraços. E pétalas...
Derramam-se
na cidade rios e memórias.
E
os murais...
Soltam-se
os poetas.
Em
gesto largo sobre o gume dos olhares
Maiakóvski
– vindo de um Futuro grisalho
De
tanta saudade e teimosia! –
Abre-se
no palco...
E
grita no seu jeito gutural e bárbaro:
-“Este
é o meu Povo. Ainda!...”
A
seu lado a Mulher de Vermelho
Soletra
a lágrima da fome
E
a criança loira das espigas...
E
então
Palavra
de cristal em riste! -
Arranca
os olhos e rasga-se na febre
E
vê agora a chama pitonisa
Erguendo-se
na aurora dos dias
Que
hão-de vir...
Na
densa nuvem
A
multidão ignara ri e chora...
E
o velho caminheiro andrajoso -
De
fadigas e da idade - sobe então ao mais alto mastro
E
a(s)cende em lume o rubro das bandeiras...
Fremente
em seu grito de sangue
Viva
a Liberdade!...”
Manuel
Veiga
Abril
2022
4 comentários:
Viva a liberdade! 25 de Abril sempre! Que a voz nunca te doa Poeta!
Um beijo, meu Amigo Manuel.
Sim, viva 25 de abril, Dia da Liberdade em Portugal!
Um grande abraço, daqui do Brasil, a todos os irmãos portugueses!
Belíssimo poema, amigo Manuel!
Um beijo, um feliz fim de semana.
Maiakovski, " o maior poeta do futurismo" aqui citado num Poema que nos leva por caminhos de leitura do passado e do futuro mas ainda o presente onde bebemos a água dessa liberdade tão duramente conquistada.
Nunca nos cansemos de gritar "25 de Abril! Sempre!", uma forma de agradecer e tentar continuar a senda traçada há 48 anos...
Manuel Veiga, nestes seus belos versos encontramos uma toada mágica e, ao mesmo tempo, real de dizer "Liberdade".
Abraço
Olinda
Boa tarde Manuel,
Um belo hino a Abril e à liberdade!
25 de Abril, sempre!
Beijinhos,
Ailime
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