sexta-feira, abril 29, 2022

Letra a Letra LIBERDADE !...

 

Escultor de paisagens o tempo.

E estes rostos, onde me revejo.

E as mãos, arados.

E os punhos.

 

Sons de fábricas que morrem

Perdidas na voragem dos dias

Infecundos. E do lucro

Sem fronteiras.

 

E, no entanto, esta torrente. E esta fonte

Que desce em cascata de palavras

Verbo que se faz carne. E ferve

No peito a latejar

Rubros cravos

E bandeiras.

 

Nada é definitivo quando a rocha

Se abre ao fogo.

 

Nem a Revolução um feito

Inacabado. Antes um horizonte aberto

A oferecer-se em cada tempo

Sonho sempre novo

Em cada gesto

Logrado

 

Como um poema sinfónico

Passo a passo a arder por dentro

Numa cadência sem idade.

 

E este aguilhão e este alvoroço

E o rosto magoado deste Povo

A inscrever um tempo novo

Letra a letra

Liberdade.

 

Viva o 1º de Maio

 

Manuel Veiga

 

 

 

 


7 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Viva o 1º de Maio SEMPRE

Belo poema
.
Cordiais cumprimentos.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Maria João Brito de Sousa disse...

VIVA!

Janita disse...

Que permaneça sempre vivo e palpitante o Dia Do Trabalhador.
Que haja trabalho para todos, justa remuneração, liberdade de expressar o livre pensamento e direito a dizer Não!

Gostei muito das palavras e da intenção de escrever letra a letra a palavra Liberdade na sua construção sempre inacabada.
Muito bom, Poeta.

Abraço.

Graça Pires disse...

Viva o Primeiro de Maio!
Os teu poemas, são cada vez mais belos, meu Amigo Manuel.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

Maria disse...

ola bom diaaaa.

Tais Luso de Carvalho disse...

E este aguilhão e este alvoroço
E o rosto magoado deste Povo
A inscrever um tempo novo
Letra a letra
Liberdade.

Maravilhoso, meu amigo Manuel, poema sentido e muito
verdadeiro, e cabe em todos nós!
Junto-me à amiga Graça: os teus poemas estão cada vez mais belos!

Um beijo, uma ótima semana, com muita paz.

Parapeito disse...

Sempre um encher de alma, os seus poemas caro Manuel.
Que nunca deixe de pulsar o dia 1 de Maio.
Abraço e brisas doces **

NA ORLA DOS LÁBIOS...

  O poema desenha-se na orla dos lábios Na íntima tensão do verbo antes de explodir Itinerário de sombra rente à luz   Ou murmúrio...